O Rio no detalhe
Imagine um mapa sobre os rios de uma cidade. Agora pense que você pode torná-lo 6 400 vezes maior, como se tivesse em mãos uma lupa gigantesca. Daria até para ver a cor dos peixes. Mais ou menos assim funciona o Atlas das Condições de Vida na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Trata-se de um e-book, desde o mês passado disponível por download gratuito, fruto de pesquisa do cientista político Cesar Romero Jacob, da geógrafa Dora Rodrigues Hees — ambos da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) — e do cartógrafo Philippe Waniez, da Universidade de Bordeaux, na França. O trabalho reúne 112 mapas, além de tabelas, com dados recolhidos de quatro fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema Único de Saúde (SUS), Instituto de Segurança Pública (ISP) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os tipos de crime mais comuns em cada área, a tendência das religiões e até as preferências eleitorais de cada município são alguns dos temas revelados e analisados no estudo.
Curiosidades do altas
A análise dos mapas sobre a região metropolitana revela que…
› O Rio tem mais mulheres que homens e a Baixada, muitomais homens que mulheres.
› Na Zona Norte carioca rouba-se muito carro. Na Zona Sul, celulares e carteiras são mais visados.
› Maricá é a cidade que mais cresce em população na região.
› Mesmo um condomínio de alto padrão, como o Península, na Barra, tem nuances: no mapa dos rendimentos, aproximando-se em 2 400% a imagem (detalhe), fica visível que há prédios mais chiques (na cor vermelha) e outros, menos (em laranja).
Carioquices em Paris
Dois cariocas brilham no livroA História do Brasil nas Ruas de Paris, de Maurício Torres Assumpção, recém-lançado pela Casa da Palavra. Debruçando-se sobre brasileiros que já moraram, moram ou pelo menos mantêm endereço na capital da França e que, de alguma forma, influenciaram a cultura daquele país, o autor dedica capítulos a Villa-Lobos, que ali regeu concertos nos anos 20, e a Oscar Niemeyer. O arquiteto passou longas temporadas por lá, especialmente nos anos 60, pós-golpe militar, desenhando, por exemplo, a sede do Partido Comunista Francês (as curvas do prédio principal logo entregam o pai da ideia). Tirando pela cúpula, alguém poderia pensar que fica em Brasília, mas que nada. E o edifício está lá até hoje, reluzindo na Place du Colonel Fabien, nº 2, 19º arrondissement.
Vende-se tudo
Desde 2006 fora do Grupo Especial, a escola de samba Caprichosos de Pilares tenta voltar à elite do Carnaval contando, na Marquês de Sapucaí, em 2015, a história do comércio informal na cidade. Com o enredo Na Minha Mão É Mais Barato, o carnavalesco Leandro Vieira prepara fantasias inspiradas em registros fotográficos do início do século XX (ao lado, um entregador de jornal). Também passarão alas de camelôs e de vendedores de mate na praia.
100% automatizadas
Assim são as pistas do Boliche Social Club, aberto há duas semanas em um shopping da Barra. Tidas como as mais modernas do mundo, elas são niveladas a laser e têm bolas desenvolvidas pelo estúdio de design Pininfarina, que atende a escuderia Ferrari. A inovação é tanta que deixa esmaecida na lembrança a imagem das pistas pioneiras na Estrada das Canoas, em São Conrado, onde às vezes se acertavam as canelas dos repositores de pinos. A próxima investida do grupo será em outro centro de compras, no Caxambi.
Branquinho básico
Grife especializada em confeccionar réplicas de camisetas do futebol de antanho, a Liga Retrô agora investe nos chamados times pequenos. Na loja do Shopping Rio Sul, em Botafogo, uma das estrelas é a recém-lançada camisa de manga comprida do São Cristóvão. Fora o escudo, ela é todinha branca, e aí reside uma curiosidade: o clube só tem um uniforme oficial, que é esse, e seus adversários nunca podem jogar de branco.