AVALIAÇÃO ✪✪✪
Hoje com 78 anos, o baiano de Irajuba construiu sua carreira no Rio, onde se radicou na década de 60, tornando-se um dos fotojornalistas mais tarimbados do país. Premiado por instituições nacionais e internacionais, ele já teve seus cliques expostos junto com os de nomes do calibre de Henri Cartier-Bresson, Robert Capa e Sebastião Salgado. O reconhecimento não veio por acaso. Ao longo de sua trajetória profissional ? grande parte nos tempos áureos do extinto Jornal do Brasil ?, ele registrou fatos históricos, como a Passeata dos Cem Mil, em 1968, e documentou com constância a repressão da ditadura militar. No entanto, seu olhar apurado e sensível se voltou também para manifestações culturais e cenas cotidianas, de beleza prosaica. Essa variedade permeia a individual Tempos de Chumbo, Tempo de Bossa: os Anos 60 pelas Lentes de Evandro Teixeira. Em cartaz no Centro Cultural Justiça Federal, com curadoria de Márcia Mello, a mostra joga luz sobre a década indicada em seu título, condensada em dezessete belas fotografias em preto e branco. Cliques da musa Leila Diniz de biquíni e de moças sob o sol na Praia de Ipanema convivem com um flagrante da rainha Elizabeth em visita ao Brasil, em 1968. Os registros de temas políticos são especialmente marcantes. Embaladas pela emblemática canção Pra Não Dizer que Não Falei das Flores, de Geraldo Vandré, mais de 100 imagens ligadas ao regime militar são exibidas em um vídeo de seis minutos.
Centro Cultural Justiça Federal. Avenida Rio Branco, 241, Centro, ☎ 3261-2550, ? Cinelândia. Terça a domingo, 12h às 19h. Grátis. Até dia 27.