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Conheça as propostas de Marcelo Crivella

O candidato do PRB apresenta suas ideias para a administração dos próximos quatro anos da cidade

Por Sofia Cerqueira e Pedro Moraes
Atualizado em 5 dez 2016, 11h04 - Publicado em 17 set 2016, 01h00

SEGURANÇA

Qual é a sua principal proposta na área de segurança? A partir de quando pretende implantá-la e quanto isso vai custar aos cofres municipais?

Como prefeito, darei muita atenção à segurança. O combate ao tráfico é tarefa do estado, mas o prefeito tem obrigação de ajudar a criar um ambiente sem medo. Vamos redesenhar o papel da Guarda Municipal, que hoje só multa, para atuar no policiamento comunitário e na vigilância ostensiva das nossas ruas. Meu plano prevê colocar 80% do efetivo da guarda nessas operações de vigilância e patrulhamento, uma PPP para investir na iluminação pública de toda a cidade, além de ampliar em 20% o número de câmeras de vigilância. É muito cedo para falar em custos porque, se eleito, primeiro terei de ver como estarão os recursos da prefeitura. Vamos ter muito zelo e transparência com o dinheiro público, gastar com responsabilidade.

O senhor tem algum projeto especial para a Guarda Municipal? Como será? Pretende integrar a GM com as outras polícias ou armar o seu efetivo?

A prefeitura precisa assumir sua parcela de responsabilidade, que começa no treinamento melhor da Guarda Municipal, que precisa trabalhar em sintonia com a Polícia Militar. Vamos estabelecer, no primeiro ano de governo e por intermédio de uma parceria com a Força Nacional de Segurança, um programa de requalificação para os guardas. O treinamento será voltado para o uso adequado de armas não letais e sistemas de comunicação de rádio nas operações de patrulhamento e vigilância das ruas. Temos que modernizar a Guarda e usar a tecnologia de segurança a nosso favor.

O senhor pretende dar continuidade à parceria com a iniciativa privada como a que mantêm o programa “Operação Segurança Presente” no Centro, na Lapa, no Aterro e na Lagoa? Tem planos de expandi-lo para outras regiões?

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Parcerias que dão certo não têm porque acabar. Mas antes vamos sentar com a iniciativa privada, entender em todos os detalhes o funcionamento dessa operação, ver como podemos ajudar e analisar a possibilidade de expansão. Se depender da minha vontade, claro que vamos fazer todas as parcerias possíveis para dar mais segurança à população e estimular o comércio, o turismo e as ações culturais em um ambiente mais tranquilo e pacificado.

MOBILIDADE URBANA

O senhor pretende modificar o sistema/concessão de ônibus do Rio? Apoia o programa de racionalização das linhas implantado pela gestão Paes ou vai alterá-lo? Como?

Vou interromper a progressão do processo de “racionalização das linhas de ônibus”. A prefeitura não ouviu a população. É preciso ter esse diálogo para entender as necessidades das pessoas. Hoje, com tantos transbordos, o Bilhete Único perdeu grande parte de sua vantagem. Vamos cobrar das empresas um serviço de qualidade e que elas se adequem ao sistema que criaremos junto com a população. É inadmissível, por exemplo, que menos da metade dos ônibus do Rio de Janeiro tenha ar-condicionado.

O senhor tem algum grande projeto na área de transportes? O que pensa sobre o projeto do BRT? Vai dar continuidade às obras da Transbrasil?

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Vamos concluir as obras do BRT Transbrasil e garantir sua operação até o fim de 2017. Também vamos elaborar estudo para levar o BRT Transcarioca para o centro da Ilha do Governador até 2020. Vamos exigir das concessionárias que operam o BRT um aumento de 20% da frota até o final de 2018 para reduzir a superlotação.

Como pretende resolver a polêmica entre os taxistas da cidade e os motoristas de Uber?

Não pode haver briga ou atos de violência. Temos que dialogar com os dois grupos e chegar a um consenso. Vamos compreender as dificuldades e necessidades dos dois lados e buscar soluções que agradem a todos, especialmente o cidadão. Não vou fazer demagogia, até porque nem tudo está ao alcance do prefeito. Quero estudar muito de perto as iniciativas de outras capitais para mediar esses conflitos sem tirar o sustento dos taxistas ou prejudicar a população.

SAÚDE

O que o senhor pretende fazer com os Hospitais Rocha Faria e Albert Schweitzer que pertenciam à rede estadual e o município assumiu este ano?

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Mais do que as obras de maquiagem feitas ali, vamos tratar de reduzir as filas e o sufoco de quem procura médicos e não encontra, nessas duas unidades e em muitas outras. A gestão atual fez obras grandiosas, tirou recursos do setor para investir na Olimpíada e esqueceu o cidadão. Para marcar um exame ou realizar uma cirurgia, as pessoas ficam meses e até anos na fila. Vamos acabar com isso. A Saúde precisa de mais recursos e de uma ampla reestruturação da sua gestão, inclusive, na questão dos Recursos Humanos – precisamos controlar melhor a frequência, a produtividade e a qualidade do atendimento dos nossos profissionais de saúde.

O senhor manterá o sistema de Organizações Sociais que administram algumas unidades de atendimento? Pretende também dar continuidade ao programa “Clínica de Família” ou criar um novo modelo?

Vamos manter e melhorar o programa Clínica da Família e criar o Programa Clínica de Especialistas. Serão policlínicas de especialidades com otorrinolaringologistas, ortopedistas, oftalmologistas, dermatologistas, cardiologistas, endocrinologistas, pneumologistas, urologistas, ginecologistas e pediatras. Vou manter a colaboração das OS porque hoje não podemos prescindir delas. Mas faremos uma auditoria sobre os gastos de cada uma. A prefeitura deve ser mais transparente e zelosa com o dinheiro do cidadão. É assim que vamos valorizar o serviço público e o servidor.

O que será feito para que o Rio não enfrente uma epidemia de zika ou chikungunya no próximo verão? Explique, por favor.

O combate a essas doenças tem que ser diário, o ano todo. A prefeitura vai investir em limpeza e saneamento. Temos que atuar forte na prevenção, ter uma coleta mais eficiente nas comunidades. Contratando garis nas comunidades, vamos gerar emprego e combater o problema onde ele nasce no criadouro do mosquito.

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EDUCAÇÃO

Qual é o seu grande projeto na área da educação?

Cuidar dos alunos, dos professores, das merendeiras e dos zeladores. Nada de obras mirabolantes que não atendem aos alunos em horário integral. Vamos criar 20 mil vagas em creches e 40 mil em pré-escolas até 2020 através de uma PPP. O parceiro privado será responsável pela construção e manutenção administrativa das novas unidades de ensino infantil (EDIs). Caberá à Prefeitura cuidar da parte pedagógica e da merenda.

A meta da atual gestão era chegar em 2016 com 35% dos alunos de 1º ao 9º em regime de ensino integral. O senhor pretende ampliar essa projeção? Como?

Quanto mais tempo a criança passa na escola, menos tempo fica na rua. A criança precisa de atividades esportivas, lendo, desenvolvendo habilidades em oficinas. É a minha meta. Envolver os pais nas atividades também é fundamental. Por isso, vamos criar um programa de incentivo para a família participar mais do aprendizado, resgatando o programa Escola de Pais, cancelado pela Prefeitura para gastar em obras. Mas, em relação ao ensino em horário integral, nossa meta é chegar a 2020, com 50% das crianças dos anos iniciais estudando em horário integral de verdade, até às 5:00 da tarde. Essa é uma meta realista e razoável.

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A baixa remuneração dos professores é uma queixa histórica da categoria. O senhor implantará um novo plano de cargos e salários?

Um Plano de Cargos e Salários é um passo importante na valorização do professor. Quero ser o prefeito do diálogo. Sei que todos os servidores sentem falta disso, e meu gabinete vai abrir as portas. Mas todo esforço que faremos nunca perderá a referência da responsabilidade fiscal. Não vamos gastar mais do que os recursos que temos para evitar que a prefeitura continue seguindo os passos do estado, que o PMDB quebrou. Mas, vamos premiar os professores e diretores que melhorarem o resultado dos seus alunos no Ideb com salários e gratificações adicionais.

FINANÇAS

O senhor pretende aumentar algum tributo municipal caso seja eleito? Qual e por quê?

Não.

Qual a sua avaliação sobre a saúde financeira do município? O que deve ser feito?

O quadro é muito diferente do apresentado na propaganda oficial da prefeitura. A saúde perdeu R$ 1 bilhão em quatro anos, em um malabarismo financeiro que deixará uma péssima herança. Houve um inchaço absurdo de servidores não-concursados no gabinete do prefeito e em algumas secretarias. A saúde financeira começa com uma máquina enxuta, gastos mais responsáveis, modelos de gestão voltados para a melhoria da qualidade de vida. A dívida pública líquida do município aumentou quase 40% entre 2012 e 2015. Fomos salvos por um acordo das prefeituras com a União que possibilitou uma redução significativa em 2016 graças a uma nova legislação federal.

O senhor tem conhecimento da situação da Previ-Rio? Há o risco dos salários do município não serem pagos em dia, como ocorre no Estado?

A situação me preocupa muito. Os ativos dos fundos de previdência do município eram de mais de R$ 3 bilhões em 2012. Esses ativos caíram pra pouco mais de R$ 1.2 bilhão em 2015. Isso foi criminoso. Dilapidaram o patrimônio previdenciário do servidor público por causa de novas obras e Olimpíada. Não se pode brincar com o dinheiro das pessoas que trabalharam a vida inteira e têm o direito à aposentadoria. Vamos analisar muito bem as contas e honrar os salários. É triste ver essa situação do estado, as pessoas sofrendo para comprar um remédio, garantir necessidades básicas. Uma situação lamentável, fruto da administração do PMDB, que desde 2008 vem minando os cofres públicos do Rio. A prefeitura terá que fazer aportes crescentes à previdência dos servidores. Não podemos colocar a aposentadoria de ninguém em risco.

GESTÃO

A atual gestão adotou em vários setores as Parcerias Público Privadas (PPPs) e concessões. Pretende manter esses modelos?

A parceria é um modelo a adotar, por exemplo, na ampliação, modernização e melhoria da iluminação pública da cidade. Feita com transparência, levando os interesses da população em consideração, e não só do empresariado. Vemos as PPPs com bons olhos.

Qual é o tamanho do secretariado que o senhor pretende montar? Pretende reduzir o atual efetivo? E qual será o critério de escolha para os gestores das pastas?

Vou reduzir o número de secretarias e órgãos ligados diretamente ao prefeito de 29 para, no máximo, 15, garantindo uma economia significativa do gasto com a máquina administrativa. Meu critério será técnico. Meu secretariado será técnico, profissional e absolutamente responsável com o gasto público.

Quais são os seus planos para os servidores públicos?

O servidor é a alma da prefeitura e tem que ser valorizado, bem tratado e, principalmente, ouvido. Mas, também, tem que ser cobrado. Ter metas de resultado e produtividade. Sem isso, o cidadão nunca ficará satisfeito com a qualidade dos serviços que ele banca com impostos. Vou ampliar e aprimorar o programa Acordo de Resultados para premiar com salários adicionais ao fim de cada ano (além do 13º salário) os mil servidores que melhor atingirem suas metas de desempenho.

TURISMO

Quais são os seus planos para manter a rede hoteleira, que dobrou o número de quartos nos últimos sete anos, com boas taxas de ocupação pós-Olimpíada e Paralimpíada?

Temos que investir em um calendário de eventos esportivos, culturais e de negócios. Minha gestão será técnica e profissional, e vou buscar os melhores quadros para trabalhar nos setores primordiais da prefeitura. O turismo é uma vocação natural do Rio de Janeiro e gera ISS. Muito melhor do que pensar em aumentar impostos é estimular atividades econômicas geradoras de impostos. Com um secretariado qualificado, criaremos planos de turismo e incentivo que mantenham a nossa rede hoteleira ocupada.

A prefeitura subvenciona parte do orçamento das escolas de samba do Grupo Especial. Esse modelo é o ideal? Qual a sua proposta para o Carnaval carioca?

Não se mexe em time que está vencendo. O modelo vem dando certo, e graças a ele fazemos o maior espetáculo do planeta. Gera empregos e movimenta a Economia Criativa. Vou manter o apoio aos desfiles e democratizar o patrocínio aos blocos de rua. Vamos dar apoio e autonomia aos blocos para captar recursos e estabelecer parcerias para que os desfiles transcorram com segurança e infraestrutura adequadas: mais banheiros químicos, mais guardas municipais, mais Comlurb lavando as ruas após as apresentações e mais operadores de trânsito.

A vocação natural da cidade é para o turismo de lazer. Como o senhor pretende estimular a vinda de turistas e incrementar a agenda de negócios?

Temos todas as condições para tornar o turismo mais ativo, atraente e profissional. Precisamos trazer mais 30 mil turistas por mês ao Rio. E como? Garantindo a eles que aqui há segurança. O turismo precisa de bons eventos, uma cidade segura, com atrações bem geridas e conservadas. Tivemos avanços importantes nos aeroportos, com novos hotéis, mas precisamos qualificar a mão de obra, melhorar os serviços de mobilidade e criar um cinturão de segurança nos pontos mais visitados para turista nenhum botar defeito. A Guarda tem que ter uma participação mais efetiva na vigilância da cidade.

LEGADO OLÍMPICO

A prefeitura é responsável pelos equipamentos erguidos no Parque Olímpico. O senhor pretende manter os atuais planos, de entregar o espaço à iniciativa privada, ou adotar outro modelo?

Vamos analisar caso a caso, mas não vamos quebrar nenhum contrato. Precisamos ser responsáveis e não acabar com a credibilidade do município perante a iniciativa privada. A prefeitura fez muitas concessões a empresários sem transparência. Nós daremos transparência ao que foi feito e a todas às PPPs que fizermos.

Embora tenha sido um sucesso enorme durante os Jogos, ainda falta muito para a Zona Portuária estar de fato revitalizada. Como pretende dar prosseguimento a essa empreitada e estimular a ocupação da região?

Temos que conservar os avanços, manter a área bem iluminada, limpa, segura, atraente para a abertura de bares, restaurantes, lojas. Vamos estimular o comércio e a moradia. O Centro deve atrair empreendimentos imobiliários para pessoas de todas as classes sociais. Morar perto do trabalho gera qualidade de vida e oportunidades. Tem que ser uma ocupação planejada, acordada com a população, ouvindo as necessidades do pequeno empresário, do morador, do taxista, do empreendedor.

O VLT é apontado pela atual administração como um dos grandes legados para a cidade. O modelo atual de concessão é o ideal? Pretende expandir o sistema?

O VLT é muito bonito e charmoso, mas não é eficiente – nem em termos de investimento nem de operação. Mas, repito o que disse: não vamos quebrar contratos. De qualquer forma, temos que analisar o modelo de perto, em detalhes, e corrigir distorções caso existam com base no diálogo e, se preciso da pressão. A expansão de qualquer equipamento de mobilidade é importante em uma cidade onde as pessoas gastam horas se deslocando de casa para o trabalho. Isso afeta a relação entre pais e filhos e até o aprendizado das crianças. Faremos tudo para melhorar a vida das famílias, e a mobilidade será importante nesse processo.

Conheça as propostas de Marcelo Freixo

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