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A guerra da boa forma

Acirra-se a disputa entre Bodytech, com nova filial no Rio Sul, e Smart Fit, que vai chegando a mais bairros

Por Caio Barretto Briso
Atualizado em 5 jun 2017, 13h48 - Publicado em 25 set 2013, 18h27

Sempre que o verão se aproxima, com a chegada da primavera, cariocas acima do peso, ou em dívida com o espelho, partem em busca da academia ideal, para perder indesejados quilos e entrar em forma. E essa é uma escolha cada vez mais difícil, dado que existem hoje 1?500 unidades no Estado do Rio ? estima-se que dois terços delas estejam na capital. Dentro desse universo de suor e vaidade, duas redes vêm dominando o mercado de fitness na cidade, numa disputa que nos próximos dias ganhará novos contornos: a paulistana Smart Fit e a carioca Bodytech. De estilos bem diferentes, elas apresentam suas cartas.

Essa última acaba de inaugurar uma filial no prédio anexo do Shopping Rio Sul, um colosso de 3?000 metros quadrados com aparelhos modernos, piscina semiolímpica e um octógono para artes marciais. Maior investimento do grupo no Rio, algo em torno de 16 milhões de reais, a academia abriu as portas oficialmente na quarta (18). A Smart Fit, por sua vez, prefere comer pelas beiradas. Se não tem um gigante como esse para exibir, de grão em grão multiplica seus domínios. Aposta num modelo de preço baixo, consagrado nos Estados Unidos e importado por Edgard Corona, dono do grupo Bio Ritmo, ao qual a academia pertence. Já tem dezoito unidades na cidade, sendo que sua variação entre os bairros é mais equilibrada que a da concorrente, com maior presença na Zona Norte, e menos centrada na superlotada Zona Sul.

Quem é do meio já vem percebendo a atual dualidade nesse mercado. “Nos próximos anos, ninguém vai chegar perto dessas duas”, aposta Waldyr Soares, representante no Brasil da International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA), principal associação de fitness do mundo. “Apesar das óbvias diferenças, a Smart Fit um dia pode incomodar a Bodytech.” No duro, no duro, já está incomodando.

Felipe Fittipaldi
Felipe Fittipaldi ()
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Por “óbvias diferenças”, entenda-se: enquanto uma custa a partir de 50 reais por mês, na outra pagam-se em média 320 reais pelo mesmo período. Por trás dos preços discrepantes estão filosofias opostas. A Bodytech se transformou em uma grife, onde malha a maioria dos artistas globais, e reúne clima e serviços parecidos com os de um clube. Lá, crianças e idosos são contemplados com programas específicos, de baixo impacto ? por exemplo, o recém-implantado acqua-running, que consiste em correr dentro da piscina utilizando esteiras submersas. Na Smart, nada disso existe. É musculação pura, sem aulas coletivas, com poucos professores.

Os preços baixos da Smart Fit, que chegou ao Rio há cinco anos, já atraíram cerca de 60?000 alunos (entre eles o carnavalesco Paulo Barros e a ex-bailarina Ana Botafogo). Esse número supera de longe os 36?000 clientes da rede carioca, cuja primeira academia na cidade data do longínquo 1994. Mas a Bodytech orgulha-se de reunir, na lista de celebridades com carteirinha, gente como Juliana Paes, Reynaldo Gianecchini, Murilo Benício e Rodrigo Santoro. São tantos nomes estrelados que as pessoas comuns têm de se segurar para não sair pedindo autógrafo ao colega da esteira ao lado.

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A mais recente inauguração da Smart Fit deu-se há duas semanas, numa região tradicionalmente dominada pela Bodytech: a Barra, na Zona Oeste, onde os sócios Alexandre Accioly, Luiz Urquiza e Bernardinho são donos de quatro endereços, com mais um em fase de projeto. Até junho de 2014, a previsão é que os empreendedores paulistanos abram mais dez unidades no Rio.

Recente pesquisa do Ministério da Saúde revelou que apenas 30% dos adultos cariocas praticam algum tipo de atividade física (em Florianópolis, líder desse ranking, o índice é de 41%). Para os empresários do ramo, essa imensa população sedentária significa que o mercado carioca tem potencial para crescer. Por isso, a unidade Rio Sul da Bodytech tem, para o grupo, importante valor estratégico. “Aquela região é carente de uma academia de alto nível. Queremos atrair moradores da Urca, do Leme e de Botafogo, além de executivos do Centro que passam ali em frente todos os dias”, diz Accioly.

Com seu glamour quase imbatível, a Bodytech não considera ameaçadora a notada expansão da academia rival. Edgard Corona, no entanto, promete trazer para o Rio a própria Bio Ritmo, empresa-mãe da Smart Fit. E aí a concorrência se dará de igual para igual, pois os padrões serão bem próximos. Em março, ele deve abrir uma filial na Barra, com 1 600 metros quadrados. “Pretendo inaugurar outras três além dessa, até por causa dos alunos de São Paulo que viajam ao Rio com frequência”, afirma. Do seu lado, a Bodytech promete expandir não apenas o número de espaços da principal grife, mas também o da academia Fórmula, outra marca do grupo, que tem o apresentador Luciano Huck como sócio e cobra, em média, 150 reais de mensalidade. “Serão mais 39 unidades no Brasil inteiro até 2014”, promete Accioly. Como se vê, para manter o corpo dos alunos no padrão Fifa, as academias também têm de estar em boa forma.

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