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Por Da Redação
Atualizado em 2 jun 2017, 13h01 - Publicado em 3 set 2014, 19h35

Afeito a encenações marcadas pela busca obsessiva da singularidade, o diretor Roberto Alvim entrega, de fato, uma experiência ímpar nesta potente montagem. Ele mesmo adaptou para os palcos os três textos finais de Samuel Beckett (1906-1989), Para o Pior Avante, Companhia e Mal Visto, Mal Dito – uma espécie de testamento artístico, síntese da visão do autor irlandês sobre o mundo. Em cena o tempo todo e praticamente inertes, Paula Spinelli, Juliana Galdino e Nathalia Timberg encarnam o que parece ser uma mesma figura feminina em três fases da vida. No jorro de palavras proferidas pelas atrizes vislumbram-se questões humanas tão caras a Beckett, como memória, finitude, solidão e alteridade. Avise-se: ancorada fortemente em um texto fragmentado, sem encadeamento linear, a montagem requer certa adesão do público para melhor absorção de cada frase. Mais importante do que seus significados, no entanto, é a bem-sucedida associação entre as experimentações linguísticas de Beckett e sua interpretação pelo soberbo elenco. Aqui reside o grande mérito do diretor: a confecção de uma espécie de partitura vocal que, com suas modulações de tom, guarda uma insuspeita musicalidade, reforçada na discrição algo enigmática de cenário (de Alvim) e figurinos (de Juliana). A extrema economia de movimentos das três atrizes não esconde um minucioso trabalho corporal. Com a qualidade de atuações tão uniformemente alta, seria até injusto apontar destaques individuais. Mas a presença de Nathalia Timberg, uma das maiores intérpretes do país, do alto de seus 85 anos, deixa naturalmente a respiração do público em suspenso (60min). 16 anos.

Espaço Sesc – Mezanino (72 lugares). Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana, ☎ 2547-0156. Quinta a sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 20,00. Bilheteria: a partir das 15h (qua. a dom.). Até o dia 28. Estreia prometida para sexta (5).

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Arquiteto com mestrado em planejamento urbano e doutorado em artes visuais, músico amador, escritor, poeta, professor e palestrante, Milton Machado revela diversificação também em suas obras, como atesta de maneira eloquente a exposição Cabeça. Atração no CCBB, a mostra é um painel antológico da produção do artista carioca desde o fim dos anos 60. São mais de 100 criações, variadas a ponto de desnortear quem busca um traço comum a todas elas. A atenção do visitante é capturada já na rotunda, onde está a escultura Módulo de Destruição Atravessado por Nômade (2010-2014). Trata-se da união de duas peças distintas, dispostas lado a lado: uma espécie de jaula gigante, com 3,8 metros de altura, cuja sombra eventualmente incide – como se aprisionasse – sobre o segundo trabalho, um pedestal encimado por uma esfera negra. No 2º piso, o ecletismo de Machado se revela plenamente em pinturas, esculturas, fotografias, objetos, desenhos, instalações, vídeos e colagens. Ponto alto do acervo, as ilustrações, em sua maioria, demandam bastante tempo do observador. É o caso de Oslo (2011), desenho detalhado que sugere uma paisagem urbana fantástica. Uma das mais conhecidas de sua trajetória, 21 Formas de Amnésia: um Pequeno Museu Imaginário (1989) teve origem, curiosamente, em um desenho renegado pelo artista e cortado em 1?750 pedacinhos de 1 centímetro quadrado. A observação da imagem em cada um deles inspirou Machado a dar inusitados nomes a grupos de fragmentos, que podem ser contemplados pelo visitante com lupas.

Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Primeiro de Março, 66, Centro, ☎ 3808-2020. Quarta a segunda, 9h às 21h. Grátis. Até o dia 29.

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Prepare-se para ouvir muitas comparações entre esta comédia romântica de Woody Allen e suas outras fitas, sobretudo as simpáticas Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos (2010) e Meia-Noite em Paris (2011). Isso porque, mais uma vez, o diretor americano de 78 anos transita da realidade para a fantasia para retornar a um de seus temas prediletos: a dificuldade de encontrar encanto em um mundo cinzento. Em seu 44° filme, ele prova ser capaz de oferecer gratas surpresas, sem abandonar velhas manias. A melhor delas é usar um tom primaveril de crônica, pontuado por trilha sonora retrô e fotografia de encher os olhos, para suavizar um ponto de vista pessimista sobre a falta de ética no dia a dia. Stanley Crawford (papel de Colin Firth), o herói da trama, está a “cara” de Allen. Esse inglês rabugento se torna conhecido nos anos 20 por aparecer com fantasias chinesas exuberantes (e um tanto ridículas) no palco durante espetáculos de mágica. Nos bastidores, ele usa o conhecimento no ramo para desmascarar falsos ilusionistas. A segunda habilidade o levará à mansão de uma família americana na Riviera Francesa. A pedido de um amigo, terá ali a missão de investigar Sophie (Emma Stone), moça que diz prever o futuro, ler pensamentos e falar com espíritos. Uma embusteira como tantas outras? Aparentemente, sim. Mas, ao se deixar seduzir pela cativante jovem, Stanley abandonará o rigor e passará a acreditar nos fabulosos efeitos do otimismo, ao menos por alguns instantes. Direção: Woody Allen (Magic in the Moonlight, EUA, 2014, 97min). 12 anos. Estreou em 28/8/2014.

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Dedicada ao público infantojuvenil, a carioca Trupe do Experimento foi criada em 2006. O repertório da companhia abriga espetáculos bem-sucedidos, a exemplo de Sonho de uma Noite de Verão – A Magia de Shakespeare para Todas as Idades, O que Podemos Contar e No Embalo das Cores. A essa lista soma-se O Pequeno Autor. Em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil a partir de sábado (6), o musical é inspirado na obra do poeta, dramaturgo e romancista italiano Luigi Pirandello (1867-1936). A montagem leva à cena a história de Hermínio (Felipe Valle), menino solitário que se relaciona com o mundo da fantasia através da escrita. Certa noite, ele se vê dentro de suas histórias. Torna-se também um personagem, ao lado de outros tipos, como Seu Santiago (Leon Góes, em seu primeiro infantil), dono de sebo que vive perdendo a memória, e Don Francesco de La Cucharra (Daniel Carneiro), pirata espanhol que deseja libertar-se dos escritos do garoto. Direção de Marco dos Anjos (55min). Rec. a partir de 3 anos. Estreia prevista para sábado (6).

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Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro II (155 lugares). Rua Primeiro de Março, 66, Centro, ☎ 3808-2020. Sábado e domingo, 16h. R$ 10,00. Bilheteria: a partir das 9h (sáb. e dom.). Até 26 de outubro.

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Frevo Mulher, de Zé Ramalho, estampa a inspiração nordestina até no nome. Trem das Onze, composto por Adoniran Barbosa (1910-1982), é um clássico do samba paulista. Já País Tropical, de Jorge Ben Jor, une o balanço carioca de seu autor a pegada quase rock. Nas mãos da Orquestra Brasileira de Música Jamaicana (OBMJ), toda essa variedade musical é, ao mesmo tempo, respeitada e transformada, com a introdução maciça de reggae e ska. A banda criada pelo produtor Sergio Solfiatti, junto com o trompetista Felippe Pipeta, comanda o baile do Circo Voador na noite de sexta (5). Antes, o público esquenta ao som da Orquestra Voadora. Desde 2008 um bloco de sucesso no Carnaval carioca, o grupo, em shows e desfiles, mistura composições próprias a consagradas versões para hits do porte de Superstition, de Stevie Wonder, e Todos Estão Surdos, de Roberto e Erasmo Carlos. É impossível ficar parado. 18 anos.

Circo Voador (2?000 lugares). Arcos da Lapa, s/nº, Lapa, ☎ 2533-0354. Sábado (6), a partir das 22h. R$ 80,00. Desconto de 50% com a apresentação do e-flyer ou 1 quilo de alimento não perecível. Bilheteria: 12h/19h (ter. a qui.); a partir das 12h (sex.). IC. https://www.circovoador.com.br.

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