Cedae abandona uma enorme cratera aberta na praia de Ipanema
Sem dinheiro para concluir as obras que realiza na rede de esgoto, Companhia deixa um buraco em um dos símbolos da cidade
As obras que desde 2013 enfeiam um trecho das charmosas areias de Ipanema vão permanecer ali por mais tempo. A má notícia chegou na terça (14), num comunicado da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). Ou seja, o mau cheiro e o buraco aberto entre os postos 8 e 9, na crème de la crème da orla, ainda farão parte da rotina de ipanemenses em particular e dos cariocas em geral pelo menos até dezembro. A empresa cruzou os braços, anunciando que estão se esvaindo os recursos do Fundo Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Fecam) para a ligação entre o sistema de esgoto do bairro e o emissário submarino. Fica, portanto, o canteiro paralisado, sem operários, e sim com usuários de drogas que se valem dos tapumes montados no local para consumi-las escondidos em meio a canos, estruturas de cimento e ferros. Prometido para agosto de 2014, o conserto teve o prazo de entrega adiado para janeiro último e, agora, para o fim do ano. Com isso, essa intervenção parece entrar no rol das obras que devem ser apressadas para que terminem antes dos Jogos Olímpicos. Ao se estender além do tempo planejado (inclusive, nem há mais placas oficiais informando a data de entrega), ela incomoda turistas, prejudica comerciantes e torna-se perigosa — virou refúgio de gatunos e moradia de mendigos. A própria Cedae já solicitou o reforço da PM e da Guarda Municipal na área. Espera-se ver menos vigilantes e mais operários, técnicos e engenheiros para dar cabo daquela intervenção feiosa incrustada numa das praias mais conhecidas do país.