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Carioca Nota 10: Johnson Teixeira

O professor de luta livre Johnson Teixeira criou um projeto que ensina a modalidade na Ladeira dos Tabajaras

Por Bruna Talarico
Atualizado em 5 dez 2016, 13h52 - Publicado em 24 jan 2014, 19h54

Ele era o típico garoto-problema. Na adolescência, Johnson Teixeira se alternava entre os bailes funk, nos quais distribuía sopapos coreografados, e o expediente em uma torcida organizada que aterrorizava a cidade em dia de jogo. Nascido e criado na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, perdeu suas referências ao ter dois irmãos mais velhos cooptados pelo tráfico. Refeito aos poucos do impacto, decidiu converter a aptidão para brigar em algo que fosse para o bem. Aos 17 anos, passou a se dedicar às aulas de luta livre, bancadas com seu salário de office-boy. Uma década mais tarde, receberia a faixa preta e se tornaria uma referência para a garotada da comunidade. “Aprendi que, mais que ensinar uma luta, o importante é formar o caráter da criança. Ela precisa saber o que querer da vida”, diz ele, aos 39.

“Meus pais, que chegaram a achar que eu viraria bandido, hoje têm orgulho de mim”

Com sete pedaços de tatame doados por um amigo, há doze anos ele montou o protótipo do Energia Olímpica, projeto sócio-esportivo que começou financiado pelo próprio Johnson, com o dinheiro que ganhava como professor da modalidade. À sua expertise se somou a de outros nomes dos ringues, como Giovanni Diniz, treinador de boxe do campeão de MMA José Aldo. Foi fundamental também a articulação de Marcelo Sauaia, ao angariar patrocínios que viabilizaram a expansão do empreendimento, que hoje atende 220 crianças e jovens carentes. Com atividades pela manhã, tarde e noite, na quadra da escola de samba Unidos da Villa Rica, na própria Ladeira dos Tabajaras, a iniciativa propicia aos alunos praticar os quatro tipos de luta em disputa na Olimpíada: livre, judô, boxe e tae kwon do. “Em certas ocasiões, a criança do morro se frustra por não ter dinheiro e acaba optando pelo errado. Mostrei, com a minha trajetória, que é possível seguir outro caminho”, diz ele. Entre os frutos que amadureceram dentro do projeto, destaca-se Taciane dos Santos, selecionada para a equipe brasileira de luta olímpica. “Meus pais, que chegaram a achar que eu viraria bandido, hoje têm orgulho de mim. Quero essa vitória também para meus alunos.” Ficamos na torcida.

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