COMER & BEBER 2015: Alex Mesquita é o melhor barman do Rio
Mixologista comanda com maestria o Paris bar e ganha maioria dos votos do júri de VEJA RIO pela terceira vez consecutiva
Quem visita o Paris Bar, espaço imponente dentro da Casa Julieta de Serpa, um palacete na Praia do Flamengo, o encontra sempre de gel no cabelo, figurino impecável, esbanjando glamour no preparo de drinques atrás do balcão. Antes de entrar em cena, no entanto, o carioca Alex Mesquita dá um duro danado. De casaco grosso, ao lado do fiel escudeiro Daniel Milão, ele encara as temperaturas glaciais da câmara fria onde produz grandes cubos de gelo especiais — concebidos para derreter lentamente, mantendo as propriedades originais dos coquetéis. O processo, que consiste em diminuir a concentração de oxigênio das pedras, chega a demandar mais de vinte horas de trabalho. Inquieto, Alex, que pela terceira vez consecutiva se sagra o campeão da categoria no guia COMER & BEBER, viaja pelo menos uma vez por mês, em busca de novas ideias.
Desde o início de 2015, visitou por três vezes a Argentina, onde se formou na Universidad del Cocktail, além de passar por México, Califórnia, Porto Rico, Nova York e Peru. De cada recanto, voltou com ingredientes exóticos, a exemplo de açúcar negro, folhas de eucalipto e sal de gusano (uma larva), utilizados em suas criações. Estudioso, ele planeja em 2016 dedicar-se a reviver coquetéis europeus do século XIX. Para isso, perde noites na cozinha extraindo óleos de sementes usados na produção de bitters exclusivos. Sua rotina eclética inclui o uso de defumadores, maçaricos e outras ferramentas únicas. A mais recente incursão deu-se em outra frente: Mesquita desenhou canecas tiki, aquelas enfeitadas com carrancas, e pretende enchê-las de líquidas novidades em breve.