Dos discos do instrumentista baiano, o mais recente, Pop Choro (2009), é o único que leva a assinatura de Armandinho Macedo. Conhecido desde o início da carreira apenas pelo primeiro nome, o músico se viu obrigado a acrescentar o sobrenome paterno depois do surgimento de um homônimo gaúcho, fenômeno radiofônico com os versos-chiclete “Quando Deus te desenhou/ele tava namorando”. Tranquilo como de costume, Armandinho, o primeiro, levou a coincidência na esportiva e segue impressionando plateias com seu virtuosismo no bandolim e na guitarra baiana. Ele volta a se apresentar ao lado dos companheiros do grupo A Cor do Som, um sucesso dos anos 70 e 80, de quinta (14) a sábado (16), no Teatro Rival.
Por que você e os parceiros de A Cor do Som decidiram voltar aos palcos? Fizemos apresentações esporádicas nos últimos dois anos e a recepção do público nos impressionou muito. Encontramos plateias mais jovens. Nem imaginávamos que elas conheciam nosso trabalho. Isso nos empolgou bastante, até voltamos a compor pensando num disco.
No show, apresentamos três músicas novas.
O estouro do outro Armandinho o atrapalhou de alguma forma? Sou conhecido em Salvador, mas, quando ele estourou, as pessoas começaram a me cumprimentar mais e me parar mais vezes para pedir autógrafo. Só depois, ao vê-lo no Faustão, fui entender o porquê de o assédio ter aumentado. Agora ninguém mais fala dele.
Como nasceu a guitarra baiana? É uma evolução da experiência do meu pai (Osmar Macedo) e do Dodô, criadores do trio elétrico. Eles queriam tirar mais volume dos instrumentos para o Carnaval. Eletrificaram um violão, mas a caixa acústica do instrumento atrapalhava, dava logo microfonia. A solução foi encher o buraco do violão de pano. Eles perceberam que a corda vibrando na frente do microfone já era suficiente para tirar som. Daí, passaram a um cepo maciço que chamavam de pau elétrico. Eles são os verdadeiros inventores da guitarra. Na II Guerra havia muitos marinheiros americanos por aqui e um deles comprou um dos instrumentos.