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A grande família triste

O Retorno ao Deserto tem texto do celebrado autor francês Bernard-Marie Koltès

Por Carlos Henrique Braz
Atualizado em 5 dez 2016, 16h12 - Publicado em 22 jun 2011, 17h17

Avaliação ✪✪

Apresentada no Teatro Laura Alvim em 1996, Na Solidão dos Campos de Algodão conquistou dois troféus Mambembe ? de melhor espetáculo e de ator, para Ricardo Blat. Quase quinze anos depois, outra peça de Bernard-Marie Koltès, um dos dramaturgos franceses contemporâneos mais encenados no planeta, ocupa o mesmo palco. Dirigida por Moacir Chaves, O Retorno ao Deserto é boa mostra da verve de seu autor. As chances de abiscoitar um prêmio, no entanto, parecem mais distantes.

O texto ganhou tradução esmerada de Ângela Leite Lopes, mas Chaves, provavelmente com a intenção de realçar as falas, optou por determinar a seus onze atores um tom declamatório, empolado, que prejudica a ação dramática e torna a sessão arrastada. Contra esse efeito indesejado luta o elenco talentoso, liderado por Monica Biel (Mathilde) e José Karini (Adrien). Após duas décadas de afastamento, os dois irmãos se reencontram na cidade francesa de Metz. Avançadinha desde tenra juventude, Mathilde havia fugido grávida para a Argélia. Quando a então colônia francesa mergulha na guerra pela independência, ela decide voltar com os dois filhos e não demora a confrontar-se com Adrien. Conservador, ele ficou na França para cuidar da fábrica deixada pelo pai e zelar, à sua maneira rude, pelos bons princípios da família. A lavagem de roupa suja alcança bons momentos, amparados pelo desempenho de atores como Ana Barroso, Gabriel Gorosito e Andy Gercker, mas o tempo, mesmo assim, não passa.

O Retorno ao Deserto (120min). 12 anos. Estreou em 10/6/2011. Teatro Laura Alvim (245 lugares). Avenida Vieira Souto, 176, Ipanema, ☎ 2332-2015, ? General Osório. Quinta a sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 30,00. Bilheteria: a partir das 16h (qui. a dom.). IC. Até 31 de julho.

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