Eu fui: tirolesa
Três repórteres de VEJA RIO, inclusive uma medrosa, foram escaladas para testar o brinquedo mais disputado do Rock in Rio
Uma destemida, uma medrosa e uma ex-corajosa. Esse era o perfil das três repórteres de VEJA RIO escaladas para testar o brinquedo mais disputado do Rock in Rio, a tirolesa. Com mais de 20 metros de altura e filas que podem chegar a seis horas de espera, fomos conferir o porquê de tanto sucesso. Confira os relatos, no mínimo cômicos, depois da experiência.
Daniela Pessoa, a medrosa
Tenho medo de dentista, de avião, de alma penada, de escuro (sim, até hoje, aos 27 anos de idade) e um pavor absurdo de altura. Nunca subi em árvores quando criança. Tenho medo de rolar escadas. Mas eu queria muito testar a tão falada tirolesa do Rock in Rio e poder dizer: ?eu fui?. Subi os degraus intermináveis da torre com as mãos tremendo e as pernas bambas, ao som de uma banda de metal chamada Ghost. As batidas e guitarras só me deixavam mais nervosa. Quando pisei na plataforma de lançamento, fiquei tonta olhando para a multidão lá embaixo e as luzes do Palco Mundo. Confessei o pânico ao rapaz que me prendeu no cabo de aço e perguntei quantas pessoas já tinham desistido. Ele respondeu: ?Não sei, mas você não vai ser uma delas. Senta e vai?. Pronto: bateram os cinco segundos de coragem. Tirei os pés do chão e desci. A viagem é bem tranquila, mas achei que a corda fosse arrebentar a qualquer minuto se eu ficasse rodando, então (infelizmente) fiquei bem quietinha. Conselho de amiga: se joga!
Laís Botelho, a destemida
Nunca fui a mais corajosa da turma para os brinquedos ?com muita emoção?, mas confesso que subi cada degrau dos nove lances de escada (se prepare) bem tranquila – apesar das minhas duas acompanhantes estarem apavoradas. Capacete, ?cadeirinha? entre as pernas, gancho preso no cabo que me levaria ao outro lado da Cidade do Rock. Ao olhar aquela multidão, tive a impressão que para atravessá-la passaria por um belo tranco inicial ao pisar no vazio, e que seria empurrada pelo instrutor – sem paciência de esperar a coragem alheia. Mas não. A descida foi calma, linear, com direito a brisa no rosto e a ver mais perto a figura amedrontadora do vocalista da banda Ghost. No fim, me deparei com a verdadeira prova de fogo: evitar o chopp Heineken servido pelos funcionários de brinde.
Rachel Sterman, a ex-corajosa
Sou dramática. E isso é uma informação relevante quando se trata de uma empreitada que mexe com adrenalina e emoção. Fui meio vacilante para a fila da tirolesa, achando que iria desistir quando chegasse lá em cima, já administrando a frustração de não ter conseguido. Mas enfrentei os nove lances de uma escada completamente vazada que, na minha opinião, foi a pior parte de todo o trajeto. Ao final, cheguei esbaforida e com as pernas trêmulas no platô. Já equipada, desabafei com o funcionário: ?Tô tensa?. Respirei fundo, tirei os pés do chão e comecei a deslizar vagarosamente por cima daquela multidão. Nos 20 segundos de trajeto tive até coragem de abrir os braços e rodopiar sobre aquelas cabecinhas todas. Você, medroso: vá em frente. É muito mais legal do que parece.