Três perguntas para Letícia Spiller
No ar na novela Joia Rara, a atriz também interpreta Jocasta no musical Edypop, recriação de Édipo Rei em cartaz no Espaço Sesc
Em que a sua Jocasta é diferente da personagem da tragédia de Sófocles?
Nossa montagem é muito mais política do que familiar. A Jocasta que faço é muito ativa. Ela carrega um pouco da supermãe presente no mito, mas é muito mais masculina. Eu diria
que ela é o homem da casa.
Sua carreira no teatro é marcada por peças sem apelo comercial. Como avalia esse caminho?
Não faço teatro para ganhar dinheiro. Palco é paixão. Não digo que nunca estarei no elenco de uma peça mais comercial. Talvez, se um texto me fascinar, mas até hoje isso nunca aconteceu. Gosto muito do trabalho de companhias que abordam temas de forma aprofundada. Há um trabalho coletivo, uma troca de informações, é teatro na veia. Não acho tão atraente ser protagonista sozinha. Então, quando tenho tempo livre, busco me associar a essa turma.
Você está com 40 anos e sua beleza é sempre comentada. A estética é uma preocupação sua?
Sou vaidosa, mas não de uma forma neurótica. Eu me preocupo na medida certa. O importante é ter saúde e tentar retardar o efeito do tempo, que inevitavelmente passa. Acredito que o bonito de verdade vem de dentro. Não fico pensando no dia em que vão deixar de falar de mim pela beleza. Quando esse momento chegar, espero estar com meus filhos bem criados, curtindo a vida, quem sabe já com meus netos.