A ciência do movimento
Neurociência e botânica inspiram Philodendrus, ousada criação da coreógrafa Cristina Moura que mescla dramaturgia e dança
AVALIAÇÃO ✪✪✪
Não é fácil definir Philodendrus – e isso, surpreendentemente, não é um problema. Em cartaz no Teatro do Jockey, o espetáculo dirigido pela coreógrafa Cristina Moura, uma ousada mescla de dramaturgia, dança e performance, apela menos ao entendimento racional do que à fruição estética. Inspirados pela história real da neurocientista americana Jill Taylor, vítima de um derrame aos 37 anos, mas totalmente recuperada, e pelo livro A Vida Secreta das Plantas, que postula uma capacidade de sentir por parte dos vegetais, Cristina, os demais atores que dividem o palco com ela (Felipe Abib, Fabricio Boliveira, Goos Meeuwsen, Helena Bittencourt e Thiare Maia) e Luciana Paes, da Cia. Hiato, criaram uma encenação na qual cientistas discorrem sobre botânica e neurologia em uma conferência. Em meio a movimentos coreografados, brotam cenas com falas permeadas de humor à Monty Python. No geral, a falta de uma dramaturgia convencional pode ser um obstáculo, mas, para quem embarca na proposta junto com o apaixonado elenco, o resultado é instigante (70min). 12 anos. Estreou em 5/7/2013.
Teatro do Jockey (150 lugares). Rua Mario Ribeiro, 410, Gávea, ☎ 3114-1286. → Sexta a domingo, 21h. R$ 20,00. Bilheteria: a partir das 14h (sex. a dom.). Estac. (R$ 4,00 por uma hora, mais R$ 3,00 a fração). Até 18 de agosto.