Um tributo ao mestre Moacir Santos
Festival dedicado à vida e obra do arranjador, compositor e saxofonista, pernambucano acontece no CCBB
Menino pobre nascido no interior de Pernambuco, em 1926, Moacir Santos tornou-se personagem de relevo na história da música brasileira, mas nem sempre foi lembrado assim. Depois de fazer sucesso em gafieiras, estudar com os maestros Guerra-Peixe e Claudio Santoro, tornar-se arranjador e regente na Rádio Nacional e gravar trilhas sonoras do cinema novo, ele partiu para os Estados Unidos em 1967. Lá, acumulou ainda mais prestígio, até a morte, aos 80 anos. O tempo no exterior foi punido no Brasil com o ostracismo, quebrado em 2001 pelo projeto Ouro Negro, de Mario Adnet e Zé Nogueira – os dois músicos recuperaram partituras originais e deram nova vida a seu repertório, gravando-o. Outra merecida homenagem, o festival que leva o nome do arranjador, compositor e saxofonista, autor do conhecido clássico Coisa Nº 5 (Nanã), acontece no Rio pela primeira vez. Sob direção de Andrea Ernest Dias, programação no CCBB inclui palestras, mesas-redondas e aguardados shows com artistas ligados ao homenageado. Hubert Laws, um dos maiores flautistas americanos, é a atração do sábado (9), às 19h, ao lado de Ricardo Silveira (guitarra), Kiko Freitas (bateria) e John Leftwich (baixo). Antes dele, na quinta (7), também às 19h, o trombonista Raul de Souza – outro craque da era do rádio que tomou o caminho do Galeão – comanda o baile com o Sambajazz Trio.
Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro II (158 lugares). Rua Primeiro de Março, 66, Centro, ☎ 3808-2020, ? Uruguaiana. Quarta (6) a sábado (9), 13h e 19h. R$ 10,00. Bilheteria: 9h/21h (qua. a sáb.).