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Os lugares que são um show

Até o início da década de 80, a cidade e as demais capitais brasileiras estavam totalmente fora do circuito das grandes atrações internacionais. As raras exceções que se aventuravam por aqui tinham problemas ao se apresentar em locais com uma acústica ruim. Essa situação mudou completamente nos últimos anos. São Paulo é o melhor exemplo dessa evolução, possuindo hoje desde palcos capazes de abrigar megaespetáculos até espaços mais intimistas e sob medida para gêneros como o jazz.

Por Carol Pascoal
Atualizado em 5 dez 2016, 15h33 - Publicado em 13 jun 2012, 11h27

AUDITÓRIO IBIRAPUERA

Projetado por Oscar Niemeyer nos anos 50, o prédio só começou a ser construído em fevereiro de 2003 – a primeira apresentação ocorreu em outubro de 2005. Trata-se, portanto, da última joia arquitetônica a chegar ao Parque do Ibirapuera, já ocupado pela Oca, pelo Museu de Arte Moderna (MAM) e pela Bienal. No ano passado, o Itaú Cultural assumiu a gestão da casa, que deixa sua marca pela boa programação – quase sempre recheada de nomes da nossa música, com ingressos a 20 reais. O ambiente, de acústica impecável, comporta 800 pessoas, e é possível acompanhar bem a atração de qualquer assento. O Auditório ainda recebe shows ao ar livre, para 15 000 pessoas. O mecanismo é simples: abre-se a parte de trás do palco e o artista vira o seu espetáculo para o lado do parque. No mês passado, apresentou-se nesse formato a Orquestra Sinfônica Alemã de Berlim. Parque do Ibirapuera, portão 3, ☎ 3629-1075. https://www.auditorioibirapuera.com.br.

BOURBON STREET

Quem vai à casa de Moema, com capacidade para até 400 pessoas, não satisfaz apenas os ouvidos. A programação escala sobretudo nomes do jazz, soul, funk e blues, e o serviço de bar e o atendimento também são atrativos do local. Inspirada no universo de Nova Orleans, a decoração encanta nos detalhes. Repare no balcão do bar, que imita um piano, e na chopeira, em formato de sax. Além disso, relíquias doadas por estrelas que se apresentaram lá decoram o ambiente – como um paletó de Ray Charles (1930-2004) e uma guitarra de B.B. King. O mestre do blues tem, inclusive, um show agendado para a noite de 7 de outubro. Rua dos Chanés, 127, Moema, ☎ 5095-6100. https://www.bourbonstreet.com.br.

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CASA DE FRANCISCA

Tudo na casinha é discreto, da fachada ao diminuto salão, iluminado por velas e com decoração nostálgica. De antiga residência, o lugar passou a ser um recanto para ouvir música com atenção e, de preferência, a dois. Tanto que, durante as apresentações, o serviço dá uma paradinha para que o público, restrito a 44 pessoas, aprecie cada acorde. Pelo pequenino palco passam artistas com trabalho de pegada autoral, como o ótimo trio Metá Metá (a cantora Juçara Marçal, o compositor e violonista Kiko Dinucci e o saxofonista Thiago França). Foi ali também que Criolo exibiu quatro músicas do aclamado disco Nó na Orelha (2011) antes de lançá-lo. Habitué do espaço, Arrigo Barnabé – precursor da Vanguarda Paulistana – costuma fazer o antológico espetáculo Caixa de Ódio, no qual interpreta canções do gaúcho Lupicínio Rodrigues. Rua José Maria Lisboa, 190, Jardim Paulista, ☎ 3052-0547. https://www.casadefrancisca.art.br.

CINE JOIA

Aberto em novembro do ano passado, o empreendimento dos empresários André Juliani, Facundo Guerra, Lúcio Ribeiro e Marcelo Beraldo fincou raízes em uma charmosa sala de cinema que funcionou até os anos 80. A casa de shows, localizada no bairro da Liberdade e com capacidade para até 1 200 pessoas, chegou com uma programação de qualidade. Mayer Hawthorne, The Rapture, Arnaldo Antunes e outras boas atrações internacionais e nacionais apresentaram-se ali, mas tiveram sua performance prejudicada pelo sistema de som. Em fevereiro, o espaço passou por uma reforma acústica para sanar o problema. Ponto para o clube, que virou querido dos moderninhos e agora esbanja alta tecnologia em som e projeção. Praça Carlos Gomes, 82, Liberdade, ☎ 3231-3705. https://www.cinejoia.tv.

CREDICARD HALL

Conforme a configuração – há apresentações em que o público permanece acomodado em poltronas e outras em que todo mundo fica em pé, pulando e dançando -, a capacidade do Credicard Hall, na Marginal Pinheiros, chega a 7 000 pessoas. Aliás, números superlativos não faltam ao espaço de 15 000 metros quadrados: foram investidos 34 milhões de reais em sua construção, o palco tem 720 metros quadrados e o pé-direito é de 30 metros. O lugar peca na acústica, mas ainda assim atrai bastante gente devido aos artistas de peso que recebe. Em 2011, por exemplo, Ricky Martin passou por ali e, em abril, foi a vez de Bob Dylan. Anote na agenda: o Scorpions toca lá em 20 de setembro, a banda O Rappa, no dia 28 do mesmo mês e o músico grego Yanni dá as caras nos dias 11, 13 e 14 de outubro. Avenida das Nações Unidas, 17955, Santo Amaro, ☎ 4003-5588. https://www.credicard.com.br.

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HSBC BRASIL

Inicialmente batizada de Tom Brasil, em homenagem ao compositor Tom Jobim, a casa instalou-se em 1995 na Vila Olímpia. Passados oito anos, migrou para uma estrutura de 6 000 metros quadrados na Chácara Santo Antônio. Foram nove meses de reforma que valeram a pena. Enquanto assiste ao show, o público conta com o atendimento de quarenta discretos garçons. Especialmente em 2012, o espaço tem recebido grandes espetáculos. Já passaram por ali Chico Buarque e Gal Costa. Marisa Monte se apresenta a partir do dia 21. E há New Kids on the Block (dia 17), Fito Paez (26 de julho), Marillion (11 de outubro) e Black Label Society (25 de novembro). Para evitar que todos saiam ao mesmo tempo e diminuir o intervalo da longa espera para pegar a chave do carro, o HSBC Brasil monta uma mesa com café e petits-fours para o público ao término da apresentação. Rua Bragança Paulista, 1281, Chácara Santo Antônio, ☎ 4003-1212. https://www.hsbcbrasil.com.br.

MADELEINE

A casa faz da atmosfera romântica e do jazz ao vivo seu chamariz. Visível da rua por uma grande janela de vidro, o palco recebe de segunda a sábado competentes combos jazzísticos. Toda quinta, as notas de um órgão Hammond de 1964 marcam a apresentação do trio Hammond Grooves, do apresentador e guitarrista Daniel Daibem. Também fixos na agenda estão o quarteto GroofBoogaloo (às sextas) e o quinteto instrumental Trincheira (aos sábados). Possui uma carta com 76 rótulos de vinho. Rua Aspicuelta, 201, Vila Madalena, ☎ 2936-0616 (130 lugares). 19h/1h (fecha dom.). Cc: D, M e V. Cd: todos. Couvert art.: R$ 17,00 (seg. a qua.) e R$ 23,00 (qui. a sáb.). Cons. mínima (qui. a sáb.): R$ 50,00. Estac. c/manobr. (R$ 15,00). → ↔ https://www.madeleine.com.br. Aberto em 2009.

SALA SÃO PAULO

O mais importante espaço de concertos da cidade tem acústica impecável e fica num imponente prédio, integrado à estação ferroviária Júlio Prestes, no centro. Não à toa, é a sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. A Osesp apresenta-se ali às quintas e sextas, às 21h, e aos sábados, às 16h30. No restante da semana, a Sala São Paulo recebe outros relevantes nomes da música mundial. A Orquestra Nacional Russa tocou lá em abril ao lado do pianista Nelson Freire. Também pianista, o chinês Lang Lang apresentou-se em maio. O maestro indiano Zubin Mehta rege a Orchestra del Maggio Musicale Fiorentino em agosto e a Orquestra Sinfônica MDR, de Leipzig, exibe-se em novembro. Praça Júlio Prestes,16, Luz, ☎ 3223-3966, ? Luz. https://www.salasaopaulo.art.br.

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STUDIO SP

Depois de funcionar por dois anos e meio na Vila Madalena, a casa aproveitou o bom momento da região do Baixo Augusta e transferiu-se para lá em 2008. Aumentou sua capacidade de 320 para 450 pessoas e se firmou na noite paulistana como um lugar onde é possível dançar, beber e ouvir um bom som ao vivo. Nomes nacionais relevantes, a exemplo de Mallu Magalhães, Marcelo Jeneci e Tulipa Ruiz, despontaram no espaço. Pelo menos uma vez por mês, a banda Del Rey, que canta apenas versões animadas de canções de Roberto Carlos, provoca uma fila enorme na porta. Rua Augusta, 591, Consolação, ☎ 3129-7040. https://www.studiosp.org.

VIA FUNCHAL

Inaugurado em 1998, o espaço ganhou fama por servir de ponto de parada na Vila Olímpia para shows de grandes turnês gringas. Artistas do naipe de Duran Duran, Buddy Guy e Coldplay mostraram os acordes de seus instrumentos neste endereço, onde cabem até 6 000 pessoas. Seja em pé, acomodado no mezanino, seja sentado a uma das mesas, servidas por garçons no térreo, quem compra o ingresso quase sempre sai contente por ter conseguido acompanhar – de forma confortável – todos os movimentos do artista no palco, de 20 metros de extensão. Isso ocorre graças à plateia construída em desnível de 15 centímetros entre cada um dos doze pisos. Rua Funchal, 65, Vila Olímpia, ☎ 3846-2300. https://www.viafunchal.com.br.

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