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Olimpíada S/A

Comandada por Maria Silvia Bastos Marques, uma equipe de cinquenta pessoas corre contra o tempo no desafio de coordenar a organização dos Jogos de 2016

Por Letícia Pimenta
Atualizado em 5 dez 2016, 15h44 - Publicado em 16 fev 2012, 17h47

[—FI—]

clique na imagem acima e conheça a equipe da Empresa Olímpica Municipal

Ao tomar posse como presidente da Empresa Olímpica Municipal (EOM), organismo criado pela prefeitura em agosto do ano passado para coordenar a realização dos Jogos de 2016, a economista Maria Silvia Bastos Marques não tinha propriamente uma tarefa clara para tocar. Instalada com dois funcionários em uma sala improvisada no Palácio da Cidade, em Botafogo, ela mal conhecia a extensão de suas atribuições. Passados seis meses, o cenário mudou. A dupla inicial de colaboradores transformou-se em um grupo de cinquenta pessoas, alojadas ainda provisoriamente no prédio da Secretaria de Obras e Conservação, no Estácio. A equipe diretamente ligada à Presidência é formada por cinco diretores (veja a foto ao lado) e um assessor especial, o arquiteto Augusto Ivan Pinheiro. Essa turma, uma espécie de núcleo duro do organismo, arregaçou as mangas e vem realizando as primeiras reuniões com representantes do comitê organizador, das secretarias municipais e dos governos estadual e federal. ?É um momento de integração, de onde sai o dever de casa de todos nós, e também a instância para resolver as bolas divididas?, comenta Maria Silvia.

A quatro anos e cinco meses da cerimônia de acendimento da pira olímpica na cidade, o que não falta é trabalho para a executiva e sua equipe. Atenção especial tem sido dedicada ao Parque Olímpico, a ser erguido no terreno do Autódromo de Jacarepaguá. Com uma área equivalente à do bairro do Leme, o complexo sediará disputas de catorze modalidades esportivas e receberá 200?000 visitantes por dia. Um dos debates atualmente em curso entre a EOM e o comitê organizador se dá em torno do número de assentos das arenas, o uso que elas terão no futuro e quais serão temporárias. ?O centro de tênis, por exemplo, terá 15?000 lugares, uma capacidade que não fará sentido depois dos Jogos. Por isso, poderemos fazer uma instalação temporária?, explica Maria Silvia. Outra discussão envolvendo as secretarias de Transportes e de Obras diz respeito ao melhor modelo viário a ser adotado no local. Na semana passada, os especialistas em tráfego do Rio realizaram a primeira de uma série de videoconferências com seus pares londrinos para troca de informações sobre o assunto. Também já ficou acertado que um grupo de técnicos da CET-Rio estará na capital inglesa para ver de perto como será o gerenciamento de tráfego durante o evento.

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A ideia de criar uma empresa nos moldes da EOM surgiu durante os estudos para a proposta de candidatura, depois de uma viagem do prefeito Eduardo Paes a Atenas e Barcelona, cidades que sediaram Olimpíadas, além de Londres, que começava a erguer suas instalações esportivas. Ele conta que trouxe dessas visitas uma lição importante: não deixar que os Jogos interfiram na administração pública nem que a organização das competições seja afetada pelos problemas corriqueiros da cidade. Nesse sentido, o organismo dirigido pela economista funciona como uma espécie de prefeitura paralela, com a única atribuição de coordenar a preparação dos Jogos. Mensalmente, todos os secretários com projetos para a Olimpíada participam de uma reunião conduzida por Maria Silvia, com três horas de duração. Uma preocupação constante é o rigor com prazos. ?Estamos tentando fazer com que tudo fique pronto antes. Duas vias importantes para o evento, a Transoeste e a Transcarioca, já vão estar prontas para a Copa do Mundo, e o Sambódromo, o primeiro equipamento olímpico, acaba de ser inaugurado?, afirma ela.

Assim como o barão francês Pierre de Coubertin fez história ao criar os Jogos Olímpicos da Era Moderna em 1896, é possível dizer que o modelo que hoje inspira os organizadores do evento também tem pai e data de nascimento. Trata-se do empresário americano Peter Ueberroth, coordenador dos Jogos de Los Angeles, em 1984. Foi ele quem, pela primeira vez, rompeu com a mentalidade de construir instalações descomunais em favor da racionalização máxima da infraestrutura já existente. Saiu de sua cabeça ainda a rede de patrocínios que se mantém até agora. Não foi por acaso que, encerrada a festa, se registrou um lucro de 250 milhões de dólares. Graças às lições de Ueberroth, Barcelona, Sydney e – pelo menos até agora – Londres tornaram-se modelos de organização. A nós, cabe torcer para que, com o trabalho de profissionais como Maria Silvia, o Rio também entre para essa lista.

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