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Ingresso na mão

Cariocas começam a garantir seus lugares para os Jogos de Londres

Por Caio Barretto Briso
Atualizado em 5 jun 2017, 14h47 - Publicado em 21 out 2011, 16h58

Por duas semanas, entre 27 de julho e 12 de agosto do próximo ano, Londres deverá receber 500?000 visitantes de 190 países para assistir ao maior evento esportivo do planeta. Em meio a essa multidão que passeará por uma metrópole revigorada e frequentará instalações esportivas estalando de novas, estará um grupo particularmente atento a cada detalhe. Até a semana passada, 6?702 cariocas haviam adquirido seus ingressos para os Jogos Olímpicos na capital inglesa, o que equivale a 43% de todos os 15?396 tíquetes vendidos no Brasil. Com tal procura, a cidade tornou-se a campeã nacional em vendas, à frente até mesmo de São Paulo, que tradicionalmente lidera esse tipo de ranking (veja o quadro). E detalhe: também somos maioria quando se trata apenas dos ingressos mais caros, que podem, dependendo da modalidade e da posição do assento nos estádios, superar a cifra de 2?000 libras (cerca de 5?700 reais).

Assistir a uma Olimpíada in loco é uma experiência rara, que combina a chance de ver os melhores atletas do mundo em ação com a oportunidade de testemunhar espetáculos únicos, a exemplo das deslumbrantes festas de abertura e encerramento. No caso de Londres, dois chamarizes tornam os Jogos ainda mais desejáveis para o torcedor carioca. O primeiro é o cenário. Além das disputas esportivas, a cidade proporciona um enorme leque de atrações históricas e culturais. O segundo será a aclamação do Rio como próxima sede dos Jogos, em uma cerimônia no fim da competição.

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A desvantagem é que todo privilégio, claro, tem o seu preço ? e está longe de ser baixo. O analista de sistemas João Carlos Morgado, 55 anos, foi um dos primeiros a reservar ingressos, passagem aérea e hotel. Solteiro e sem filhos, ele se deu de presente a viagem, que sairá por 40?000 reais. O combinado inclui entradas para as finais de natação, vôlei masculino e feminino, judô, ginástica artística e atletismo. Será sua quarta Olimpíada consecutiva. ?Em Pequim, vi o Usain Bolt voar na pista e ganhar o ouro. Desta vez, escolhi as modalidades em que o Brasil tem mais chance de vencer?, explica. Aposta, por exemplo, no ouro do nadador Cesar Cielo. ?Londres está bem mais cara que as sedes anteriores. Mas vai valer a pena.?

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Quem ainda pensa em ver de perto a atuação da delegação brasileira precisa se organizar logo. No momento, só restam bilhetes para provas preliminares e de esportes menos populares, como badminton. Alguns são encontrados a preços convidativos, entre 20 e 55 libras (de 56 a 155 reais), em lugares de visibilidade limitada e mais distantes dos atletas. Nos próximos meses, porém, novos lotes de entradas chegarão ao mercado nacional ? em Londres essa liberação tem acontecido de maneira controlada, para evitar que todas se esgotem de uma vez. Mesmo porque quem escolhe agora os dias de jogos nas etapas finais ainda o faz contando com a sorte. Em vários esportes coletivos, os adversários e as datas das competições das seleções nacionais nem sequer foram definidos. ?As pessoas têm feito a compra no escuro, pois as chaves ainda não foram montadas?, conta Antônio Carlos Valente, sócio da agência Tamoyo y Turismo, a única autorizada pelo Comitê Olímpico Internacional a comercializar os ingressos no país.

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A indefinição não tem sido empecilho para as tietes dos atletas brasileiros. Apaixonada por vôlei, a estudante de direito Daniele Aride, 22 anos, começou a juntar o salário do estágio desde janeiro com um único objetivo: ver a equipe do técnico Bernardinho em ação. Sua paixão foi tanta que ela contagiou a irmã, Aline, 21 anos, a mais nova integrante da excursão. Para aumentar as possibilidades de assistir à seleção, a dupla comprou tíquetes para as preliminares e as quartas de final, o que lhes garante acesso a todos os jogos dessas etapas. Ainda assim, precisaram de um ?paitrocínio?, pois a conta ficou em 18?000 reais. ?Será nossa primeira viagem internacional?, comemora Daniele.

Sede pela terceira vez de uma Olimpía­da (as outras foram em 1908 e 1948), Londres prepara um acontecimento que deve entrar para a história do esporte. Para os cariocas, além de toda a magia de um evento com essas dimensões, será uma mistura de diversão, honraria e aula. Aula? Sim. Quem for poderá conferir de perto o impacto que o maior espetáculo esportivo do mundo exerce sobre a rotina de uma cidade e, de quebra, aprender como se faz uma festa inesquecível. Daqui a cinco anos será a nossa vez.

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