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Flamengo inova e cria time próprio de League of Legends

Sucesso de público e faturamento pelo mundo atraíram o clube carioca para o mercado dos e-Sports. Lançamento oficial do será em agosto

Por Pedro Henrique Nascimento
Atualizado em 14 jul 2017, 18h44 - Publicado em 14 jul 2017, 16h04
O Campeonato Brasileiro de LoL 2016: 10 000 fãs lotaram o Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo (Bruno Alvares/Riot Games/Reprodução)

O torcedor fanático por futebol cumpre uma liturgia de amor ao seu clube e não mede esforços para estar perto e acompanhar o time do coração. Coleciona o uniforme oficial, viaja para assistir às partidas, acompanha diariamente as notícias e não se poupa a discutir os resultados, mesmo que depois de uma derrota. Apaixonados por esportes eletrônicos — os chamados e-sports — não são diferentes. Um jogo de computador em especial, intitulado League of Legends (LoL), vem arregimentando entusiastas em todo o mundo como torcida para competições que lotam até estádios. Sem semelhança com nenhuma prática esportiva, o game se passa numa guerra mítica, na qual dois times de cinco jogadores se enfrentam com o objetivo final de defender a sua base e destruir a inimiga. Tamanho sucesso provocou o interesse de tradicionais clubes esportivos para montar as próprias equipes. O Clube de Regatas do Flamengo anunciou que vai se aventurar na modalidade esportiva que faz das telas a sua quadra. Não é para menos. A receita prevista para 2017 dos esportes eletrônicos em todo o mundo é de 2,2 bilhões de reais e deve alcançar 4,8 bilhões em 2020, segundo aposta da empresa holandesa Newzoo, especializada em pesquisas sobre o mundo digital. “Estamos criando um cenário no qual o Flamengo entra com uma iniciativa única. Somos o primeiro clube de futebol do Brasil a montar a própria equipe de League of Legends”, comemora Daniel Orlean, vice-­presidente de marketing do Flamengo.

+ Carioca faz sucesso e se torna ídolo no universo de League of Legends

Tratado com sigilo dentro do clube, o projeto é gestado fora dos muros da Gávea, a partir do trabalho de consultoria da empresa Cursor e-Sports, e será apresentado em agosto. O modelo adotado pelo rubro-negro dependerá de verbas de patrocínio para arcar com os custos, orçados em 1 milhão de reais. O empreendimento, além de buscar uma fonte adicional de rendimentos, tenta atrair novos torcedores, ligados ao mundo digital e desconectados dos esportes tradicionais. Apesar das enormes diferenças em relação ao futebol, o planejamento do novo time é semelhante. O Flamengo contratará um coach, espécie de técnico e olheiro, e vai construir uma gaming house, o centro de treinamento com computadores e internet de alta velocidade. Para cuidar dos ciberatletas, o clube vai dispor de nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e ortopedista. Já a escolha dos jogadores será feita numa seletiva nacional, nos moldes da tradicional peneira do futebol. “Este é um movimento que faz a expansão da marca e atrai novos investidores e torcedores”, avalia Thiago Milhazes, diretor da Cursor e-Sports, empresa especializada em videogames, que chamou a atenção de grandes investidores como Marc Lemann, filho do empresário Jorge Paulo Lemann.

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(Arte/Veja Rio)

O anúncio da iniciativa do Flamengo no Twitter, no início deste mês, alvoroçou os fãs do League of Legends no mundo on-line. Muitos torcedores rubro-negros comemoraram a chegada do e-sport e sugeriram quais craques gostariam de ver defendendo o clube. Premiado jogador do LoL, Gabriel Henud, conhecido pelo apelido de Revolta, foi um deles. “Como profissional e torcedor do Flamengo, fico muito feliz pela aposta no League of Legends. Tenho certeza de que esse time vai ajudar a mudar a mentalidade das pessoas sobre os videogames”, avalia o carioca, que treina doze horas diariamente no computador. No Brasil, Santos e Remo já têm seus times de LoL. No futebol europeu, vários clubes estão no mundo virtual. O Schalke 04, da Alemanha, o Valência, da Espanha, e o Dínamo de Moscou, da Rússia, investiram no LoL. Em outubro de 2016, o Paris Saint-Germain anunciou que vai direcionar 74,5 milhões de reais aos e-sports, especialmente ao conhecido simulador de futebol Fifa. “Estamos bem atrás ainda de outros esportes eletrônicos. Mas estamos crescendo”, avalia o carioca Rafael Fortes, 21 anos, o Rafifa13, contratado em março pelo PSG. Quem acha que videogame não dá futuro anda meio desatualizado.

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