História de amor arretada
Adaptação de A Princesa e o Sapo, dos irmãos Grimm, leva a fábula para o sertão nordestino
AVALIAÇÃO ✪✪✪
Mocinhas de todas as linhagens e idades ainda sonham com o beijo que vai transformar o sapo a seu lado num belo príncipe encantado. Ponto alto de uma das fábulas mais conhecidas dos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, a cena que conquistou o imaginário popular se repete no palco em A Princesa e o Sapo, obra adaptada e dirigida por Anderson de Oliveira. A montagem em cartaz no Teatro Clara Nunes respeita o original ? traz poucas mudanças que não chegam a subverter a história. Na principal delas, a trama é transposta para o sertão nordestino, evocado em cada detalhe do espetáculo.
Em cena, Oliveira, vestido de cangaceiro, faz as vezes de narrador da peça, escoltado pelos músicos Jardel Muniz e Tchello Andrade. Embalado pelo som de violão e instrumentos de percussão, o elenco canta ao vivo sucessos regionais que, curiosamente, mais parecem ter sido compostos para a encenação. Canções como Isso Aqui Tá Bom Demais (Dominguinhos e Nando Cordel), Dia Branco (Geraldo Azevedo e Renato Rocha) e Coração Bobo (Alceu Valença) acompanham as idas e vindas da relação entre a princesa (Talita Monteiro, muito divertida) e o sapo (Leandro Amado). Como os outros personagens, o casal se vale de expressões e sotaque típicos que, eventualmente, podem soar incompreensíveis para os pequenos. O visual cheio de cores e retalhos completa a ambientação.
A Princesa e o Sapo (60min). Livre. Estreou em 7/1/2012. Teatro Clara Nunes (527 lugares). Rua Marquês de São Vicente, 52 (Shopping da Gávea), Gávea, ☎ 2274-9696. Sábado e domingo, 17h. R$ 50,00. Bilheteria: a partir das 14h (sáb. e dom.). IC. Estac. (R$ 6,00 por duas horas). Até 26 de fevereiro.