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Oito profissões que serão as mais requisitadas nos próximos anos

Saiba onde o mercado de trabalho aposta suas fichas, segundo especialistas

Por Sérgio Quintella e Thais Reis Oliveira
Atualizado em 2 jun 2017, 12h06 - Publicado em 27 Maio 2016, 01h00

Quem acompanha de perto a variação das ofertas de vaga em diferentes setores do mercado e a oscilação dos índices de candidatos por vaga nos cursos universitários já conhece o fenômeno. De tempos em tempos, determinadas carreiras ganham mais projeção em relação a outras, atraindo maior atenção dos estudantes. Nos anos 1970, por exemplo, as faculdades de engenharia costumavam concentrar boa fatia da procura. Na década seguinte, a preferência recaiu sobre disciplinas ligadas à comunicação. Em anos recentes, a tecnologia da informação angariou muitos seguidores. Vários fatores contribuem para essas transformações, quer sejam investimentos estatais em ramos específicos da economia, quer sejam mudanças de comportamento na sociedade. O crescimento no número de vagas nas universidades públicas e privadas — de 1,3 milhão para 6,7 milhões em trinta anos — aumentou a concorrência de gente com diploma na praça, mas ainda há muitos campos a ser explorados. Com o envelhecimento da população, por exemplo, setores como saúde e nutrição devem ganhar mais visibilidade em um futuro próximo. Outro segmento que deve se destacar é a especialização para atendimento ao cliente. “Brevemente, não existirão mais vendedores sem conhecimento formal na área”, prevê a consultora Daniela Ribeiro, gerente sênior da empresa de recrutamento Robert Half.Veja a seguir esses e outros setores em alta. 

1) Engenheiro genético

O avanço da medicina somado à detecção cada vez mais precoce de doenças e síndromes deve ampliar o leque de atuação dos geneticistas. O profissional que pesquisa e manipula as estruturas de DNA de seres vivos será requisitado em clínicas particulares, laboratórios, empresas agropecuárias, institutos públicos da área da saúde, indústrias farmacêuticas e universidades. Entre outras funções, ele pode produzir vacinas, medicamentos e sementes modificadas, além de atuar no aperfeiçoamento de espécies e na identificação de características hereditárias. Outro ramo promissor é o aconselhamento a casais que enfrentam problemas de fertilidade. Por enquanto, nenhuma universidade brasileira oferece graduação específica em engenharia genética. Para seguir a profissão, o interessado precisa cursar a faculdade de medicina (com duração de seis anos) ou de biologia (quatro anos) e, depois, ingressar em uma pós-graduação na área.

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2) Programador de software

O abismo entre a demanda do mercado e a oferta de desenvolvedores faz com que os estudantes comecem a aprender programação cada vez mais cedo. “Há alguns anos, as multinacionais queriam atrair adolescentes“, explica Daniel Clessi, sócio de uma escola especializada em alfabetização digital. “Agora já estão atrás das crianças”, completa. Uma pesquisa da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro calcula que o Brasil vai precisar de 408 000 profissionais do ramo em 2020, número oito vezes maior que o atual. Para fazer carreira no mundo corporativo, o especialista em TI precisa criar ferramentas e resolver problemas de forma mais econômica. As faculdades da área são sistemas de informação e ciências da computação.

3) Consultor financeiro pessoal

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No futuro, mais pessoas vão trabalhar de forma autônoma, sem garantia de renda fixa mensal. Além disso, as taxas de juros oferecidas pelos bancos tendem a baixar nos próximos anos, comprometendo a rentabilidade de poupanças e outros investimentos de perfil conservador. Esse cenário vai evidenciar a importância de especialistas que mantenham a saúde econômica das famílias nos eixos. Reorganizar orçamentos, poupar e investir são funções do profissional. Por gerir as finanças da vida dos clientes, ele terá de lidar com questões pessoais e compreender como as emoções podem afetar decisões. “Nos Estados Unidos, esse papel é tão importante como o médico da família“, diz a consultora Letícia Camargo. “Algo parecido vai ocorrer por aqui.” Além de curso superior, para entrar no ramo é preciso ser homologado por órgãos como o Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF).

4) Analista de marketing digital

Cuida de campanhas publicitárias em sites de busca ou redes sociais. Cabe a ele verificar qual foi a receptividade dos produtos junto aos internautas e analisar o retorno que a marca alavancou por meio de cliques, curtidas ou compartilhamentos. Com isso, saberá calcular os investimentos necessários para ações futuras. Sua formação primária deve ser em comunicação ou ciências exatas.

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5) Auditor

Os códigos de conduta e regras internas de gestão das companhias vêm sendo aprimorados, sob forte vigilância da sociedade, cada vez menos tolerante a desvios éticos. No Brasil, os recentes escândalos de corrupção na política jogaram ainda mais holofotes sobre a importância do profissional responsável por formular as normas e garantir o cumprimento de processos e regulamentações dentro de uma empresa. Especialistas nessa área no país tendem a ser graduados em administração, ciências contábeis, economia ou engenharia de produção.

NUTRICIONISTA
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6) Nutricionista

Trata-se de uma carreira que recebeu atenção nos últimos anos devido ao crescimento do interesse pela alimentação saudável. Mas outra variável no horizonte é o aumento da longevidade da população. Essa situação está levando à criação de um nicho específico, o dos profissionais dedicados aos idosos. O eixo será a adaptação às mudanças decorrentes do envelhecimento. Com a dentição mais fraca e as funções digestivas, gástricas e intestinais reduzidas desses indivíduos, os especialistas deverão traçar estratégias para que seus clientes continuem se alimentando de forma correta. As universidades do país já disponibilizam cursos de graduação em nutrição há décadas. No caso da terceira idade, no entanto, o campo é reduzido. Desde o ano passado, a Uerj mantém a disciplina eletiva alimentação, nutrição e envelhecimento para esse segmento. “Antes, a nutrição estava mais voltada para problemas de desnutrição e de obesidade. Agora o foco passou a ser também os idosos”, explica a professora Maria de Fátima Garcia de Menezes, do Instituto de Nutrição da Uerj.

7) Vendedor técnico

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O aumento da concorrência e da competitividade vai valorizar os profissionais especializados em vendas. Para alavancar o volume de negócios, a empresa precisará de funcionários altamente técnicos. Isso vale tanto para o varejo quanto para as indústrias. No futuro, não haverá mais espaço para aquele empregado que não conhece o produto, não tem inglês fluente e, principalmente, apresente formação escolar deficiente. As companhias, cada vez mais enxutas, só terão lugar para pessoas com especialização. “Nos últimos dez anos, por causa da internet, o cliente passou a ter mais informação. Por isso, o profissional de vendas precisa conhecer muito bem as tendências de mercado e funcionar mais como um consultor do que como alguém que vai empurrar alguma coisa para o comprador e pronto. Ele tem de saber interpretar o que o cliente quer”, diz a professora  Elaine Tavares, do Instituto Copeadd de Administração da UFRJ.

8) Gestor de meio ambiente

Sua função é garantir o uso racional de recursos naturais. Alguns exemplos de atividades são desenvolver e implementar programas de educação ambiental, analisar o impacto das atividades humanas sobre o solo, a água e o ar e orientar a exploração desses elementos por técnicas menos danosas. O campo de ação é bem amplo. É possível trabalhar em regiões florestais degradadas, indústrias, concessionárias de água e energia e em áreas de reserva. Outro nicho em alta é o estudo das destinações possíveis para o lixo e sistemas de reciclagem e coleta de dejetos. Quem tiver formação em direito pode ainda atuar na mediação entre corporações e órgãos governamentais de fiscalização, sustentabilidade e preservação. 

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