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Na carona da arara

Passeios turísticos incorporam cartões-postais que aparecem no filme Rio

Por Renan França
Atualizado em 5 jun 2017, 14h58 - Publicado em 1 jun 2011, 13h06

A julgar pelas bilheterias dos cinemas, as paisagens cariocas nunca estiveram tão em evidência. Com a cidade como cenário, a animação Rio tem comprovado sua vocação para o sucesso e se tornou a produção cinematográfica mais vista do ano fora dos Estados Unidos, arrecadando até o momento 306 milhões de dólares nas bilheterias de 150 países. Dentro das fronteiras americanas, é o terceiro longa-metragem mais rentável de 2011, com receitas de 132 milhões de dólares. Curiosamente, quem lidera a lista é Velozes e Furiosos 5, que também se passa aqui na capital. Tamanha performance tem animado particularmente o setor de turismo, que começa a se beneficiar dessa visibilidade no exterior. “Esses filmes funcionam como uma gigantesca campanha publicitária”, avalia Antonio Pedro Figueira de Mello, presidente da Riotur. Pelas estimativas da entidade, o número de visitantes cresce em média 5% ao ano, ritmo que deve se acelerar nos próximos anos com a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.

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Entusiasmados com o súbito estrelato, guias e agentes de viagem tratam de incluir em seus roteiros pontos que aparecem nos filmes, principalmente em Rio, produção elogiada pelo cuidado e pela fidelidade com que retratou as belezas locais. Além dos óbvios Pão de Açúcar e Cristo Redentor, os passeios valorizam atrações que andavam meio esquecidas, como o mirante da Vista Chinesa, a plataforma de voo livre da Pedra Bonita e o bairro de Santa Teresa, onde a arara Blu e seus amigos vivem suas aventuras na trama. “Os turistas já pedem para ver os lugares que inspiraram as cenas de maior impacto do filme”, conta Rafael Ricci, sócio da Jeep Tour, empresa que oferece um passeio específico com as locações de Rio, voltado para estrangeiros e crianças. Os primeiros a demonstrar interesse pelo roteiro foram os próprios membros da equipe americana do longa, incluindo o ator Jamie Foxx, que dubla o canário Nico. “Quando eles vieram ao Rio, em março, fizeram questão de visitar os pontos por onde passam as araras”, revela Ricci.

Superproduções do porte de Rio e de Velozes e Furiosos 5 são armas poderosas para atrair visitantes, mas pouco adiantam se eles não se sentem seguros por aqui. Nesse sentido, a cidade tem avançado consideravelmente nos últimos anos. Até pouco tempo atrás, um turista que quisesse se aventurar por Santa Teresa recebia a orientação de jamais se afastar dos trilhos do bondinho, sob risco de se tornar presa fácil de assaltantes que rondavam o bairro. Passeios pela Floresta da Tijuca e seus mirantes com vistas espetaculares também eram encarados com restrições por serem esses lugares considerados ermos e sujeitos à ação de bandidos. A instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a expulsão de quadrilhas ligadas ao tráfico de favelas próximas a essas áreas trouxeram uma sensação de segurança que tem despertado o interesse até mesmo de um público inesperado. “Os próprios cariocas estão vindo passear por aqui, coisa que não era comum no passado”, diz o guia Sérgio Costa, que ciceroneava um grupo de estrangeiros pela Vista Chinesa no domingo 22. Encantados, fotografavam freneticamente cada animal que viam. Só se frustraram quando souberam que não iam encontrar nenhuma arara-azul por ali, pois trata-se de uma ave típica do cerrado e não da Mata Atlântica.

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Nos próximos meses, a imagem positiva do Rio de Janeiro deve continuar sendo alimentada por lançamentos e novas produções. Em novembro, estreia Amanhecer, a quarta parte da série Crepúsculo, de enorme sucesso entre adolescentes, que teve cenas filmadas na Cidade Maravilhosa e em Paraty. A RioFilme, empresa municipal de fomento à indústria cinematográfica, acaba de assinar dois contratos internacionais. Um deles com o diretor inglês Julien Temple, que registrará trechos do Rock in Rio para uma produção batizada de Filhos da Revolução. A outra filmagem terá como base o romance francês Vermelho Brasil, best-seller vencedor do prestigiado Prêmio Goncourt, que reconta a história da França Antártica, a efêmera colônia francesa instalada aqui no século XVI. Ou seja, se depender apenas da visibilidade nas telonas mundo afora, mais e mais viajantes desembarcarão por aqui.

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