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O veneno da lata

Esse é o apelido das embalagens recheadas com casquinhas crocantes de brownie que estão fazendo o maior sucesso entre os adolescentes

Por Carolina Barbosa
Atualizado em 5 dez 2016, 14h24 - Publicado em 12 jun 2013, 17h31

Em setembro de 1987, cerca de 20 toneladas de maconha acondicionadas em latas foram arremessadas ao mar por tripulantes do navio panamenho Solana Star e começaram a aparecer no litoral brasileiro, sobretudo na costa do Rio. O episódio entrou para a história e ficou conhecido como verão da lata. Vinte e cinco anos depois, outra substância invadiu as areias e tem deixado os jovens cariocas inebriados. Trata-se, na verdade, de uma combinação, lícita e bastante calórica, que reúne chocolate em pó, farinha de trigo, ovos, açúcar e muita manteiga. Batizada de veneno da lata, uma brincadeira com o episódio do fim dos anos 80, a invenção do carioca Luiz Quinderé, dono do Brownie do Luiz, não é nada mais do que um pote recheado com as bordas da massa do bolo assada. Clientes fiéis, as gêmeas Valentina e Antonia Marietti, 11 anos, chegam a comprar doze unidades por semana. “Volta e meia arrumamos um programa com as amigas só para comer o brownie. Aquela casquinha crocante é incomparável”, afirma Antonia, aluna da Escola Americana. O hábito entre a garotada ganhou proporções ainda maiores há três semanas, quando os potes de 300 gramas começaram a ser comercializados em trinta pontos de venda, de postos de gasolina a restaurantes mais sofisticados.

Com uma embalagem criativa, que traz a história e a receita do quitute, com o próprio boca a boca e a eficiente comunicação nas redes sociais, chegam a ser vendidas mais de 1?000 dessas latinhas por mês, a preços que variam de 20 a 30 reais. Objeto de disputa no recreio dos principais colégios da Zona Sul, a guloseima começou a ficar famosa em um desses pátios. Há oito anos, Luiz, então aluno do Colégio Teresiano, na Gávea, fazia a receita para comer no lanche. Depois de uma briga dos amigos pelo doce, ele teve a ideia de vendê-lo. As beiradas da massa que iam para o lixo, no entanto, passaram a ser mais disputadas do que o próprio bolinho. O que era sobra virou carro-chefe, e Luiz desenvolveu uma forma especial só para assar as tais casquinhas. “Conquistamos a galera porque fazemos algo inovador e, ao mesmo tempo, bem caseiro. E ninguém vende brownie dentro de uma lata”, diz Luiz, que vai aumentar a produção assim que transferir a fábrica para o Rio Comprido, em um espaço dez vezes maior do que o atual. Nos planos do empresário de 23 anos também está a abertura da primeira loja, até o fim do ano, em Laranjeiras. Pelo visto, vem muito mais veneno por aí.

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