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Tesouros de vidro

Um roteiro para você apreciar os vitrais escondidos nas construções cariocas. Veja a lista e deslumbre-se

Por Louise Peres
Atualizado em 5 jun 2017, 14h24 - Publicado em 31 ago 2012, 18h37

Nem sempre eles são percebidos, mas estão lá. Alguns deles, exemplares raríssimos de trabalhos artísticos que não podem ser vistos sequer na Europa, berço desta arte que ornamenta várias imponentes construções cariocas. Surgidos no velho continente durante a Idade Média, os vitrais são uma atração à parte em igrejas, teatros e palácios do Rio. Mais do que enfeites, alguns deles são raros exemplares de uma arte pouco percebida entre tantas colunas, cúpulas e fachadas. Para guiar você por um passeio pelos mais belos trabalhos da cidade, consultamos o vitralista Luidi Nunes. Membro brasileiro da Stained Glass Association of America e correspondente da Galerie du Vitrail, na, França, especializada em restaurações, Nunes aprendeu as técnicas com o italiano precursor do vitral no Brasil, Alberto Magini, no final da década de 60, e há mais de trinta anos dedica-se a criar e restaurar obras em sua oficina, no bairro de Bonsucesso.

Conheça abaixo esses tesouros e as histórias por trás de cada obra.

Theatro Municipal

?Os mais bonitos da cidade, incomparavelmente, são os do Theatro Municipal?, afirma Luidi Nunes, cujo ateliê, inclusive, foi responsável por recuperar as peças durante a restauraçãodo teatro, concluída em 2010. Segundo Nunes, muitos especialistas consideram a arte em vidro presente no Municipal como a mais bela do mundo. As peças foram fabricadas há mais de cem anos pela Meyer, oficina de vitrais situada em Munique, na Alemanha, e que existe até hoje. O Theatro, no entanto, é o único lugar no mundo que guarda exemplares e documentação dessas produções, já que os croquis originais pertencentes ao estúdio alemão foram destruídos durante a Segunda Guerra Mundial. Os trabalhos podem ser vistos logo na entrada, no foyer, nas rotundas e acima do pórtico da entrada principal. ?Eles são fundamentais na arquitetura do Municipal, que é escultural, toda proporcional e imponente?, analisa Nunes.

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Igreja de Bom Pastor, na Tijuca

Também feito pela casa Meyer, responsável pelos do Municipal. ?São lindíssimos, muito bonitos e numerosos vitrais?, elogia Nunes, que explica o processo de produção dos vidros usados nessas obras. ?São fabricados especialmente, à moda antiga. Hoje, somente a França e a Alemanha produzem como no século XV: os vidros são soprados, vão ao forno, são cortados e viram chapa, num processo todo manual?, afirma.

Igreja da Imaculada Conceição, em Botafogo

Feitos em 1893 por Bégule, grande nome do vitral francês. ?Ele foi um grande intelectual, e produziu vitrais lindíssimos. É um privilégio ter uma amostra de seu trabalho aqui?, diz o restaurador.

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Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro

Feito na década de 80 por germânico-brasileiro, Lorenz Heimer, usando uma técnica totalmente incomum. ?Ao invés da tradicional, de vidro e chumbo, o vitral da Catedral é feito de tijolos grossos, de vidro, e concreto?, explica o vitralista. São quatro grandes painéis, que totalizam 4750 metros quadrados de belíssimas figuras. ?Lamentavelmente, precisam de urgente de restauração?, alerta ele.

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Palácio Tiradentes

Um fato interessante cerca o vitral da atual sede da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). “Sobre o plenário do palácio, inaugurado em 1922 em comemoração pelos 100 anos da independência do Brasil, uma grande cúpula de vitral mostra as estrelas na mesma posição da noite do dia 15 de novembro, quando foi proclamada a República”, conta Nunes. Segundo ele, o trabalho foi confeccionado pelo brasileiro Gastão Formenti.

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Sede da antiga Manchete

O prédio guarda curiosos exemplares de vitral. Não porque as peças tenham algo de inusitado, mas sim pela autoria das mesmas. ?São modernas, feitas na década de 80, e foram desenhadas pela francesa Marianne Peretti, então namorada de Oscar Niemeyer?, conta o restaurador. Em tempo: ela, que hoje tem 85 anos, desenhou também os vitrais da Catedral de Brasília.

Ilha Fiscal

Os vitrais data da inauguração da construção. ?Há um ambiente chamado sala do almirante, toda de madeira, que tem dois vitrais: de um lado D. Pedro II, do outro, Princesa Isabel?, lembra Nunes, que destaca ainda os exemplares presentes no grande salão. ?As portas também têm vitrais, com heráldicas representando as casas reais europeias?, diz.

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Confeitaria Colombo

Apesar de não possuirem peso artístico, Luidi Nunes destaca a beleza dos vitrais do teto da confeitaria. ?É um trabalho ornamental, belíssimo. Mas a falta de cuidado com os vitrais é notória?, diz ele.

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