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O vale tudo dos hotéis

Salão de jogos, videogame de última geração, água mineral importada de Fiji. Na disputa pelas celebridades, a regra é não economizar nas mordomias e nas alfinetadas à concorrência

Por Daniela Pessoa, Ernesto Neves e Louise Peres
Atualizado em 5 jun 2017, 14h46 - Publicado em 16 nov 2011, 16h11

No aprazível bairro de Santa Teresa, a luxuosa suíte de 160 metros quadrados com banheira de hidromassagem é adornada por uma varanda com vista panorâmica para a Baía de Guanabara, o Cristo Redentor e, ao fundo, a Serra dos Órgãos. Em sua ampla sala de estar, o mobiliário rústico assinado pelo designer Sergio Rodrigues ganhou, no início do mês, a companhia de uma TV de 54 polegadas e um videogame Xbox 360 equipado com potentes caixas de som. Foi ali que, entre baldes de asas de frango frito, travessas de batatas fritas e muitos cigarros de maconha, se instalou o polêmico rapper americano Snoop Dogg durante sua passagem pelo Rio. Fã do jogo, ele gostou tanto da surpresa preparada pela gerência do Hotel Santa Teresa que se isolou na suíte de luxo junto com sua trupe, durante os três dias em que esteve na cidade. “Além de atender às exigências, pesquisamos as preferências dos hóspedes para oferecer um atendimento personalizado”, afirma o proprietário François Delort. “Ninguém mais faz isso”, garante.

Faça um passeio pelas suítes mais luxuosas do Rio

Inaugurada há três anos, a hospedaria de Santa Teresa vem se destacando na disputa pelos hóspedes célebres que aterrissam à beira-mar, depois de receber os cantores Amy Winehouse, Jack Johnson, Peter Gabriel e o ex-presidente Jimmy Carter. A cantora Gal Costa, que se apresenta no sábado 26, durante a inauguração da árvore de natal da Lagoa, é a próxima da lista. Com a sequência de eventos que vão culminar com a Olimpíada de 2016, a disputa, antes restrita às duas principais grifes da hotelaria carioca, o Copacabana Palace e o Fasano, ganha um concorrente à altura.

A prática de oferecer descontos e diárias grátis para atrair celebridades, no entanto, é banida pelos três rivais nessa batalha. Em compensação, eles fazem o que podem para agradar seus célebres hóspedes. Afinal, receber estrelas do calibre de Britney Spears, Justin Bieber e Paul MCartney, é como mostrar ao mundo o quão desejado e bem frequentado seu hotel é. Inclusive pelas celebridades internacionais. Para atender aos caprichos do ex-Beatles que, como um bom inglês, pedia seu omelete, pontualmente, às duas da tarde, a gerente-geral Andréa Natal ia pessoalmente à cozinha do Copacabana Palace acompanhar o preparo da receita que ela mesma provara antes. A pressão era grande. Nada poderia sair errado no caminho da cozinha até o quarto. “Tinha que ser o melhor omelete que ele já tinha provado na vida”, conta.

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Mick Jagger foi outro que deu trabalho aos cozinheiros do Copa. Ele fez questão de muffins para o lanche. Depois de dias em teste, os bolinhos ficaram à disposição do cantor no quarto. No final das contas, ele comeu apenas um. Para os Rolling Stones, o hotel fechou um andar inteiro onde foram instaladas mesas de sinuca e totó para a trupe se divertir. “É o tipo de regalia que só o Copa pode oferecer pelo espaço que dispomos”, gaba-se Cláudia Fialho, às voltas com a chegada de Antonio Banderas e Salma Hayek, que vêm para divulgar o filme Gato de Botas. Ela tem um cargo crucial na guerra pelas estrelas, o de relações públicas. Na Avenida Vieira Souto, quem desempenha essa função é Paula Bezerra de Mello, que circula com facilidade pelas altas rodas da sociedade carioca e no jet set internacional. Não à toa, só na época do Rock in Rio, Maroon 5, Coldplay, Red Hot Chilli Peppers e Metallica se instalaram por lá com todas as suas exigências atendidas por um departamento que cuida exclusivamente de tais pedidos. Foi justamente nessa época que eles precisaram importar dezoito garrafas da água mineral Fiji, extraída na ilha localizada no Oceano Pacífico. Entre uma caipirinha e outra, era só o que Rihanna bebia.

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Durante nove décadas, o Copacabana Palace consolidou a tradição de hospedar figuras célebres. Inaugurado em 1923 com a visita do rei Alberto I, da Bélgica, o hotel abrigou desde então ícones como Brigitte Bardot, Walt Disney e a topmodel Gisele Bündchen. Em 2007, a hegemonia do Copa começou a ser ameaçada por um concorrente de peso. Na badalada praia de Ipanema, o Fasano surge com uma proposta mais moderna. O empreendimento da grife paulista de Rogério Fasano tem 89 quartos com projeto e móveis assinados pelo designer francês Phillippe Starck. “É o tipo de coisa que tem nas Casas Bahia de lá”, desdenha Delort, do concorrente de Santa Teresa. Distante da orla, o hotel aposta justamente no caráter privativo de seu casarão de 1850, que desde a abertura já foi fechado seis vezes para servir com exclusividade a ilustre clientela.

Faça um tour virtual pelo Copacabana Palace e conheça as suítes onde as celebridades se hospedam

Muitas celebridades já têm na ponta da língua onde desejam se hospedar. Caso contrário, a escolha é feita pelos agentes e produtores, que precisam adequar o local às características e vontades de seus clientes. Amy Winehouse estava prestes a chegar ao Brasil quando encasquetou que queria uma academia montada no quarto. “No Fasano, essa estrutura nunca caberia no quarto”, diz Luciana Chamma, da produtora XYZ Live, responsável também pela vinda de Justin Bieber. O cantor queria ficar no Fasano, mas foi demovido da ideia por causa do grande número de fãs que iriam se amontoar na porta do hotel de Ipanema. Acabou convencido a se hospedar no Copa. Um dilema nada mal.

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