Festival de rock que se preze, hoje em dia, não pode se fechar a outros ritmos ? há que perceber, portanto, que a todo momento mais e mais referências chegam aos ouvidos da juventude, moldando suas atitudes e seu comportamento. Na internet, parece que a cada dia uma nova batida se incorpora aos velhos solos de guitarra do rock básico. Além disso, passos de dança vão se tornando parte indissolúvel dos mega-shows, e o mundo globalizado e aproximado pela expansão digital permite também que países antes discriminados no metiê roqueiro agora façam parte da festa.
A maior prova disso é a atração de ponta desta sexta, no palco Mundo. A moça se chama Shakira, nasceu na Colômbia e canta metade em inglês, metade em espanhol. Já ultrapassou a marca dos 100 milhões de álbuns vendidos e promete bastante requebro em cena (com Loca ou Gipsy). Um corpão, música agitada e muita coreografia compõem, igualmente, a fórmula do sucesso da baiana Ivete Sangalo, uma musa do axé infiltrada em festival de rock?n?roll. Essa misturada de estilos se faz flagrante em outras atrações do Mundo, que vai alinhar artistas de conceitos tão díspares quanto o rapper carioquíssimo Marcelo D2 e a banda mineira de pop Jota Quest. Entre um estilo e outro, destaque maior para o americano Lenny Kravitz, cantor e guitarrista, do hit Fly Away.
No palco Sunset, o mix é geral e irrestrito: tem samba moderno com o Monobloco, o pop espanhol do Macaco, reggae com o Cidade Negra, o improviso do rapper Emicida, a delicada cantora Céu, a guitarra de Pepeu, o bossa-novista João Donato e a música de Angola via Buraka Som Sistema. Há também projetos paralelos neste antepenúltimo dia de festival, como os Roncadores, grupo de sopros sob o comando do kid abelha George Israel, que toca na Rock Street. E, na pista, vão brilhar o mato-grossense Renato Ratier, rei da house em São Paulo, e o DJ chileno Luciano, que agita a cena tecno de Ibiza. Mais misturado, impossível.
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