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Privatização da Cedae abre brechas para mais protestos

Aprovado pela Alerj, o processo é louvado como a salvação dos cofres (vazios) do estado, mas, conduzido de afogadilho, ainda dá margem a dúvidas

Por Pedro Tinoco
23 fev 2017, 18h38

Depois do camelódromo e do sambódromo, ganhamos o protestódromo. O pau vem quebrando de forma tão violenta quanto rotineira no circuito do Centro que parte da frente da Assembleia Legislativa rumo à Avenida Presidente Vargas, a caminho da sede da prefeitura. Às vezes, manifestantes e policiais seguem no sentido oposto, até a Câmara dos Vereadores, na Cinelândia (pobre VLT). Eventualmente, a insana queda de braço também descamba em caos pela região e adjacências. Depende sempre da batalha do dia. O primeiro itinerário foi adotado novamente na segunda-feira (20), quando deputados da Alerj aprovaram, por 41 votos a 28, o projeto que permite a privatização da Cedae. Concentrada do lado de fora da casa, a turma do contra, na maioria composta de funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgotos, havia demonstrado a que viera em ocasiões anteriores: a própria votação já tinha sido adiada e o débil governo do estado usou os piquetes como argumento para pedir novo apoio das Forças Armadas. Durante as discussões no Palácio Tiradentes, houve quebra-quebra, a Avenida Presidente Vargas foi fechada por duas horas e vinte manifestantes acabaram presos. Representantes do poder público estadual e federal comemoraram o avanço que permitirá irrigar os cofres fluminenses. A ida da Cedae para a prateleira das concessões era condição para a liberação de empréstimos — o primeiro, de 3,5 bilhões de reais, para quitar os salários dos servidores — e outras benesses que podem tirar o Rio do atoleiro. Mais difícil é prever o prazo de validade do pacote de bondades. Não foi definido ainda o modelo de venda da companhia, e outros movimentos — a votação no Congresso, por exemplo — precisam ser feitos antes que se efetive a ajuda da União. Como se não bastasse, o prefeito Marcelo Crivella exige participar do debate, na qualidade de representante do principal cliente da empresa — no caso, a capital. A si­tua­ção é tão complicada que, nas votações da última semana, PSOL e PSDB estiveram do mesmo lado. Ambos contra a privatização.

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