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O destino do batalhão

Em vez de área de lazer, terreno da PM no Leblon será canteiro de obras do metrô

Por Caio Barretto Briso
Atualizado em 5 jun 2017, 14h48 - Publicado em 5 out 2011, 19h21

Ao ser anunciada, em julho de 2008, a construção do Parque Bossa Nova foi saudada como solução ideal para o imenso terreno onde funciona hoje o 23º Batalhão da Polícia Militar, baseado no Leblon. Com quase metade de suas instalações abandonadas, o espaço de 40?000 metros quadrados ganharia um projeto do renomado arquiteto curitibano Jaime Lerner, que incluía área verde, duas salas de shows, dois teatros, museu interativo e restaurante. A unidade policial continuaria lá, em dimensões reduzidas. Passados três anos, a possibilidade de o plano sair do papel tornou-se remotíssima. Até 2015, o único som por ali será o barulho de caminhões e máquinas utilizados para construir peças e perfurar o solo, uma vez que o local servirá como canteiro das obras do metrô. ?É inviável fazer essa edificação e a do Museu da Imagem e do Som (MIS) ao mesmo tempo. Será mais sábio construir apenas uma?, reconhece Vicente Loureiro, subsecretário estadual de Obras.

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A mudança de planos não chega a ser uma surpresa. Apesar do estardalhaço que marcou seu lançamento, a iniciativa foi recebida desde o início com muitas ressalvas pela vizinhança. ?O Leblon não precisa de um novo equipamento cultural, que vai atrair mais gente para uma região já saturada?, afirma Evelyn Rosenzweig, presidente da associação de moradores do bairro. Outro entrave determinante para o provável sepultamento do projeto foi imposto pelo Tribunal de Contas do Estado. Ao analisarem a proposta, seus auditores exigiram a inclusão de 22 itens no edital de licitação da obra, a exemplo de modelos de elevadores e especificações dos aparelhos de ar-condicionado. As objeções contribuíram para que o estado desistisse de levar o processo adiante, sem sequer responder às dúvidas levantadas dentro do prazo determinado. Como uma espécie de compensação, estipulou-se apenas que o MIS de Copacabana, com inauguração prevista para 2012, ganhe um andar inteiramente dedicado à bossa nova.

Com o parque praticamente fora do páreo, renasce a gincana pela posse de tão valioso terreno, um oásis encravado em uma das regiões mais cobiçadas da cidade. Dois grupos privados já demonstraram interesse em construir ali um hospital, seguindo o modelo dos grandes centros médicos de São Paulo. O setor imobiliário, por sua vez, também se agitou. ?Aquilo é ouro puro?, avalia Roberto Kauffman, presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil. ?Não existe um espaço com essas dimensões na Zona Sul.? Uma terceira hipótese é o aproveitamento do local para a construção de uma estação de metrô. Entre tantas dúvidas, só um dado é certo: o futuro do batalhão deve continuar indefinido por muito tempo.

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