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Carlos Eduardo Prazeres leva música clássica à jovens de baixa renda

Fundador da Orquestra Maré do Amanhã, maestro criou campanha para as crianças participarem do Festival Villa-Lobos, em Caracas 

Por Jana Sampaio
Atualizado em 5 dez 2016, 11h56 - Publicado em 5 set 2015, 01h00

Em 1999, uma tragédia marcou profundamente a música clássica brasileira: fundador da Orquestra Petrobras Sinfônica, o maestro Armando Prazeres foi alvo de um sequestro-relâmpago em Laranjeiras e acabou morto com um tiro — o criminoso nunca foi encontrado. Filho da vítima, e também regente, Carlos Eduardo Prazeres extraiu do luto a força para se engajar em uma causa social. Em 2008, ele deixou o cargo de produtor executivo da instituição idealizada pelo pai e criou, em 2010, a Orquestra Maré do Amanhã, dedicada a ensinar música erudita a jovens carentes na favela que empresta nome à iniciativa. A escolha do local não foi ao acaso: as investigações do crime que resultou na morte de Armando concluíram que o assassino morava naquela região, uma das mais violentas do Rio, cotada para ser a próxima a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora. “Quis que o lugar onde meu pai provavelmente morreu renascesse por meio da educação e da música”, diz Carlos Eduardo. Hoje, o projeto se ampliou: as atividades são realizadas em quatro núcleos na Maré, além de escolas públicas no Caju, em Xerém e em Casemiro de Abreu. Cerca de 200 alunos entre 4 e 18 anos têm aulas diárias de teoria e prática de instrumentos, e outros quarenta adolescentes de 13 a 18 anos compõem efetivamente a orquestra. 

“Minha intenção é realmente profissionalizar esses jovens, e não apenas ocupar o tempo deles”

Para ampliar o número de jovens contemplados, uma empresa chinesa, que banca a maior parte dos custos da fundação, está construindo uma sede na Maré, com inauguração prevista para o ano que vem. “Não imaginava que encontraria tantas pessoas vocacionadas e dedicadas à música”, diz Carlos Eduardo. No momento, o desafio é conseguir arrecadar recursos para que o conjunto participe, em outubro, do Festival Villa-Lobos, em Caracas, capital da Venezuela. Para levar os quinze participantes do projeto convidados pela direção do evento, criou-se uma campanha de financiamento coletivo, mas o maestro não descarta a possibilidade de contar com doações de empresas ou de pessoas físicas. “Minha intenção ao criar a Orquestra Maré do Amanhã é realmente profissionalizar esses jovens, e não apenas ocupar o tempo deles.” 

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