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Em busca do glamour perdido

Ameaçados pela chegada de novos e fortes concorrentes, hotéis tradicionais da Avenida Atlântica se modernizam para recuperar o antigo prestígio

Por Louise Peres
Atualizado em 2 jun 2017, 13h18 - Publicado em 13 nov 2013, 16h37

Há cerca de um ano, o leiloeiro Miguel Salles esteve na fazenda do colecionador Omar Peres para tentar vender um quadro. Na verdade, a obra, uma imagem da princesa Leopoldina pintada a óleo no século XIX, foi só a desculpa usada para chegar ao empresário. O objetivo do leiloeiro era negociar outra raridade: a Casa de Pedra, a última em meio às dezenas de prédios gigantescos erguidos na Avenida Atlântica nas últimas décadas. Dono do restaurante La Fiorentina, no Leme, Peres ficou atraído pela oferta e desembolsou 36 milhões de reais pelo terreno mais cobiçado da Praia de Copacabana. No lugar da residência, que foi abaixo em 21 de outubro, ele vai construir um hotel de luxo, com projeto da arquiteta iraquiana Zaha Hadid e a ambição de fazer frente às grifes que disputam a preferência dos turistas na orla. “Adoro o Copacabana Palace, mas o Gérman chegará com uma proposta inédita, digna de um seis-estrelas”, alfineta Peres, revelando o nome do estabelecimento. Aos curiosos, trata-se de uma homenagem ao colombiano Gérman Efromovich, magnata da aviação e sócio investidor da empreitada, que deve ser inaugurada no início de 2016.

O semestre que antecede os Jogos Olímpicos também é a data marcada para que outro hotel de alto luxo abra as portas por ali. No lugar do antigo Consulado da Áustria, demolido em agosto deste ano, funcionará a filial carioca do paulistano Emiliano, discreto e refinado cinco-estrelas localizado na badalada Rua Oscar Freire, no bairro dos Jardins. “Vamos trazer a sofisticação da matriz agregando o principal trunfo do local: uma das vistas mais bonitas e cobiçadas de todo o mundo”, anuncia o arquiteto americano Chad Oppenheim, responsável pelo projeto, que custará 100 milhões de reais. As novidades na orla da Avenida Atlântica não vêm apenas de endereços novos. Ao mesmo tempo que esses prédios começam a subir, hotéis tradicionais como Copacabana Palace, Othon, Miramar, Marriot e Windsor tratam de implementar novos serviços, contratando profissionais disputados desse mercado e concluindo grandes reformas ? sempre na casa dos milhões de reais (veja o quadro). O objetivo é não só recuperar o prestígio desfrutado em outras décadas, mas também os hóspedes de alto poder aquisitivo que acabaram se dissipando por hotéis mais modernos em bairros como Ipanema e Santa Teresa.

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Historicamente, a Avenida Atlântica é uma das áreas mais valorizadas pelo inflacionado mercado imobiliário carioca (inclusive por empreendimentos hoteleiros). Foi o Copa, aliás, o responsável por iniciar, ainda nos anos 20, o intenso processo de ocupação da desabitada área verde à beira-mar. Paradoxalmente, o privilégio da localização e o sucesso desses hotéis acabaram funcionando como um impeditivo para investimentos na mão de obra e na estrutura. “A ocupação dessa região sempre foi muito alta. Como esses lugares estavam sempre cheios, as reformas eram adiadas. Agora estão todos se movimentando para entrar na disputa pelos turistas que são aguardados nos grandes eventos”, explica o empresário Jayme Drummond, formado pela École Hôtelière de Lausanne, na Suíça, e especialista em hospedagem de luxo. A julgar pelas apostas de tantos grupos diferentes, uma nova era na hotelaria cinco-estrelas da Avenida Atlântica está começando a surgir.

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