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MP investiga se policiais do Bope ajudaram no sumiço de Amarildo

Novas imagens de câmera de segurança levantam suspeitas sobre policiais do Batalhão

Por Agência Estado
Atualizado em 5 dez 2016, 12h07 - Publicado em 23 jun 2015, 16h05

Imagens de câmeras instaladas em ruas da favela da Rocinha, na zona sul do Rio, podem levar o Ministério Público do Rio de Janeiro a descobrir o que foi feito com o corpo do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido na noite de 14 de julho de 2013, aos 48 anos. Policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) podem estar envolvidos no caso.

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Naquela noite, Amarildo foi conduzido por PMs à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha para averiguação e sumiu. A polícia concluiu que ele foi torturado e morto pelos PMs. Vinte e cinco policiais militares, todos da UPP da Rocinha, foram denunciados por tortura seguida de morte. Desses, 16 também respondem por ocultação de cadáver. A polícia civil fez diversas buscas na mata, mas nunca conseguiu encontrar o corpo de Amarildo.

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As imagens obtidas pelo Ministério Público e divulgadas nesta segunda-feira (22), pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, mostram que na noite de 14 de julho quatro caminhonetes do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) foram até a UPP. A presença dos policiais desse batalhão de elite já era conhecida – o então comandante da UPP, major Edson Santos, um dos condenados, chegou a declarar durante a investigação do caso que chamara o reforço do Bope por medo de um ataque de traficantes.

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A novidade é que os policiais desligaram o GPS (equipamento que permite monitorar o trajeto feito pela viatura) de uma das caminhonetes do Bope – o aparelho só voltou a funcionar 58 minutos depois. Ao sair da sede da UPP, esse veículo trazia em sua carroceria, além de quatro policiais, um volume que pode ser o corpo de Amarildo.

As imagens da primeira câmera que registra o trajeto de volta das caminhonetes não são nítidas, mas foram cuidadosamente tratadas a pedido do Ministério Público do Rio. Isso permitiu aos promotores concluir que na carroceria existe um volume, aparentemente enrolado em um saco plástico preto. Embora o tamanho seja compatível com um corpo humano, por enquanto não há nenhum indício de que seja um cadáver. A suspeita decorre do fato de o corpo de Amarildo nunca ter sido encontrado. Por isso, o Ministério Público quer descobrir o que havia na caminhonete.

Uma segunda câmera registra a passagem das caminhonetes em um trecho bem mais à frente, no trajeto de saída da UPP. Nesse momento, conforme as imagens, já não há mais policiais na caçamba nem é possível identificar o volume. Mas entre a primeira e a segunda câmera, segundo o GPS de outra camionete do comboio, os veículos pararam num ponto cego (não alcançado por nenhuma câmera) durante cerca de dois minutos. Uma hipótese investigada pelo Ministério Público é que o volume tenha sido descartado ali. Outra possibilidade é que ele tenha sido rearranjado na caçamba, ficando num lugar menos visível – sob um banco que existe na carroceria, por exemplo.

O Ministério Público continua tratando imagens, com o objetivo de aprimorá-las, e vai cobrar uma explicação da Polícia Militar a respeito do volume na caminhonete.

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