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Uma artista múltipla

Monica Barki celebra trinta anos de carreira com mostra no Museu Nacional de Belas Artes

Por Rachel Sterman
Atualizado em 5 dez 2016, 15h52 - Publicado em 7 dez 2011, 18h58

A vocação de Monica Barki é múltipla e precoce. Matriculada aos 12 anos no ateliê infantil de Ivan Serpa, no Rio de Janeiro, ela nunca mais abandonou a arte. Já realizou cerca de trinta individuais e 100 coletivas, participou da Bienal Internacional de São Paulo em 1991 e marcou presença em coleções como a de Gilberto Chateaubriand. A criadora carioca agora celebra trinta anos de carreira com a retrospectiva Monica Barki ? Arquivo Sensível no Museu Nacional de Belas Artes. Selecionadas pela curadora Luiza Interlenghi, 127 obras contemplam fases diversas.

Muitos suportes e técnicas foram experimentados ao longo da trajetória de Monica Barki. No início eram os óleos sobre tela. Depois vieram as gravuras, representadas por uma série de litografias, seguidas pelo flerte com a tinta acrílica. Ainda entraram em cena objetos, peças de assemblage ? a incorporação de colagens nas obras ?, performances, vídeos, fotos e instalações com engrenagens. A paixão da vez são os desenhos feitos com lápis de cor e pastel seco e oleoso. A cultura popular, a condição feminina, o papel da mulher na sociedade e retratos psicológicos de personagens inventados são temas recorrentes em seus trabalhos. “Toda a minha obra é autobiográfica”, diz a artista, hoje com 54 anos.

Na coleção escolhida para a mostra, alguns dos trabalhos mais vistosos compõem uma série de bobinas ? rolos de 350 metros de papel ?, feita entre 2002 e 2005, com desenhos repetidos. Também chamam atenção as máquinas motorizadas que exibem lonas com impressões em serigrafia, representantes do período de produção relativo a 2007 e 2008. Peça garantida na exposição, o desenho Eduardo e Verônica é um dos favoritos da autora. Trata-se do retrato de duas pessoas com jeito de artistas de circo, um homem baixo e forte e uma mulher muito mais alta do que ele. “Gosto de explorar esse lado bizarro das figuras”, conta. A obra ilustra a capa do livro Monica Barki ? Arquivo Sensível. Compilação com 140 trabalhos, textos críticos e uma biografia, o título será lançado para comemorar suas três décadas de atividade. Outra série que Monica recomenda na mostra é a da personagem Ana C., com sua história contada em poemas impressos na faixa que a envolve. “Ana C. é retratada em pinturas, bobinas e performances que serão projetadas em vídeo na exposição”, explica. Curiosamente, a data celebrada com exposição e lançamento de livro é questionada pela própria homenageada. “Na verdade, a minha primeira individual foi montada há 35 anos. A segunda é que tem trinta”, refaz as contas.

Monica Barki ? Arquivo Sensível. Museu Nacional de Belas Artes. Avenida Rio Branco, 199, Centro, ☎ 2219-8474, ? Cinelândia. → Terça a sexta, 10h às 18h; sábado, domingo e feriados, 12h às 17h. R$ 6,00. Grátis aos domingos. Até 29 de janeiro de 2012. A partir de sexta (9). https://www.mnba.gov.br.

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