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Mangueira homenageia Maria Bethânia, a menina dos olhos de Oyá

Com o enredo <em>Maria Bethânia: A Menina dos Olhos de Oyá</em>, escola encerra os desfiles do Grupo Especial em 2016

Por Agência Brasil
Atualizado em 5 dez 2016, 11h31 - Publicado em 2 fev 2016, 14h02

“Quem me chamou… Mangueira

Chegou a hora, não dá mais pra segurar

Quem me chamou… Chamou pra sambar

Não mexe comigo, eu sou a menina de Oyá

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Não mexe comigo, eu sou a menina de Oyá”

Os versos são do samba-enredo da Mangueira para o desfile deste ano na Marquês de Sapucaí, que vai encerrar o Grupo Especial em 2016. A menina de Oyá é Maria Bethânia, que recebeu com alegria a homenagem. Por achar tão grande e tentar ficar mais tranquila, preferiu considerar que a homenageada não será ela, mas sim, Oyá – outro nome dado a Iansã, orixá da cantora.

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O enredo Maria Bethânia: A Menina dos Olhos de Oyá foi proposto pelo carnavalesco Leandro Vieira. “Para mim, o enredo é um prazer. Alimentei por um tempo o desejo de ter este enredo sobre a Bethânia. Mais do que contar a trajetória musical e artística, queria fazer um enredo que dialogasse com a cultura brasileira e acho que a Bethânia representa muito bem este diálogo.”

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Para Leandro, o universo que representa a cantora está muito bem inserido em uma cultura “pertinente e fundamental com o Brasil autêntico”, que não segue modelos internacionalizados. “É uma preocupação do trabalho dela e do meu também. É a personagem perfeita para levantar esta bandeira dentro do carnaval.”

Este ano é a estreia dele em uma escola do Grupo Especial e, ano passado, pela primeira vez foi carnavalesco de uma escola de samba, a Caprichosos de Pilares, escola da zona norte, na Série A, antigo grupo de acesso. “Eu venho do grupo de acesso e ele vive em crise permanente [com falta de recursos]. Não tenho nada do que reclamar. Para mim, está um luxo.”

Questão financeira

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Segundo Leandro, a escola não escondeu, em momento algum, a realidade que atravessava. Na avaliação dele, além da crise financeira, que é mundial e este ano ficou mais aguda no Brasil, existem os problemas econômicos da Mangueira. A crise financeira “dificulta e inviabiliza boa parte de alguns projetos de carnaval”, mas quando começou a pensar no projeto, imaginou algo mais original do que luxuoso. “Para pensar um projeto original, nem sempre o dinheiro é determinante. O carnaval é muito mais original do que luxuoso, embora pareça luxuosíssimo.”

Os ensaios feitos nos meses que antecedem o carnaval, na quadra da escola no Morro da Mangueira, zona norte do Rio, foram um bom termômetro da aceitação do samba-enredo. Em todos eles, o público que, segundo os organizadores da escola, chegava a 5 mil pessoas, respondia com muita animação. “ O samba vai fluir bem na avenida e vem ganhando prêmios de votação em sites e vamos tentar na avenida ganhar mais um. A comunidade assumiu o samba. Graças a Deus! Está tudo certinho com a gente”, disse o intérprete oficial da Mangueira, Ciganerey.

Evolução

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Os amigos também estarão no desfile. Eles virão no carro que faz menção à abelha rainha, conforme Bethânia também é  chamada. Ali estarão, entre eles, o irmão Caetano Veloso, o maestro Jaime Alem, a apresentadora Leda Nagle e a atriz Renata Sorrah.

A ex-jogadora de vôlei Virna, está animada para participar do desfile. Ela visitou o barracão da escola e ficou empolgada com o que viu. “O enredo é de uma diva e encerrar o carnaval com Maria Bethânia sendo homenageada é mais do que merecido. Escola de tradição. Eu sou Mangueira desde criança e joguei no Flamengo. E eu falo que a paixão pelo Flamengo e pela Mangueira é uma coisa única. E eu torço para que a escola tenha a sua medalha de ouro e o lugar mais alto do pódio”, revelou.

A homenageada vai entrar na avenida na última alegoria. Bethânia estará acompanhada das afilhadas Nina e Júlia, de 12 anos. As gêmeas são filhas da sua produtora Ana Basbaum. Bethânia fez um pedido à escola do coração, como tem vertigem, pediu que não fosse colocada em uma parte muito alta do carro como ocorreu quando desfilou na Mangueira em 1994. O enredo era Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai Quem já Morreu, em homenagem aos Doces Bárbaros, grupo que formou com o irmão Caetano, e os cantores Gal Costa e Gilberto Gil.

“A Mangueira vai ser uma grande surpresa e todos vão dizer que é uma Mangueira diferente do que costuma vir” prometeu Leandro Vieira.

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