Direto ao assunto
O Rio está no foco de um livro sobre a história do Brasil com pegada ágil, ligeira e fatos curiosos
Houve no Rio, em 1660, uma pequena revolução, com mortos e feridos, provocada pela concorrência, acirrada na época, entre a pinga carioca e o vinho importado de Portugal ? com baixas entre colonizadores e colonizados. Pouco se sabe sobre o ocorrido, como também não se tem tanta informação acerca de um quilombo erguido no século XIX no Leblon, onde, aliás, fica hoje o metro quadrado mais caro da cidade. Lá, os escravos cultivavam camélias e tinham entre seus clientes, veja só, a princesa Isabel, signatária da lei que os libertou. Curiosidades assim foram reunidas em História do Brasil para Ocupados (Casa da Palavra, lançamento ainda não marcado), com organização de Luciano Figueiredo. Convocaram-se 66 autores para repensar grandes e pequenos fatos do país, relembrando aspectos curiosos, para uma leitura nova e ligeira sobre os temas, daí o título. A cidade é protagonista em várias passagens. O capítulo que trata de 1964, de Daniel Aarão Reis, lembra o clima das ruas do Centro e questiona se o golpe na verdade foi “militar” ou “civil”. Figuras que são a cara do Rio também estão perfiladas, como Noel Rosa ? no caso por João Máximo, que escreveu um célebre livro sobre o músico, em 1990, atualmente impedido de ser reimpresso pelos herdeiros do sambista. É, portanto, a chance de saber mais sobre a vida e a obra do compositor (com Vadico) de Conversa de Botequim sem ter de recorrer ao mercado paralelo de biografias censuradas.