Continua após publicidade

Lagoa está sem monitoramento de águas em tempo real

Serviço que analisa a qualidade da água num dos cartões-postais do Rio não funciona há quase um mês

Por Agência Brasil
Atualizado em 9 jan 2017, 13h24 - Publicado em 9 jan 2017, 13h20

A Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos cartões-postais do Rio de Janeiro, está sem monitoramento em tempo real da qualidade da água há quase um mês. O contrato com a empresa que realizava a coleta e análise dos dados acabou e último boletim de diagnóstico foi divulgado no dia 7 de dezembro do ano passado. A falta de monitoramento contínuo no verão preocupa os ecologistas.

“De dezembro a março, que são os meses mais quentes no Rio de Janeiro, geralmente existem desequilíbrios ambientais que podem gerar mortandade de peixes. Nesse período, o monitoramento precisa ser permanente, se não corre-se o claro risco de uma mortandade e não se ter as ações reativas e preventivas em relação a esta situação”, afirma o biólogo Mário Moscatelli.

+ Livro recria paisagem do Rio no século XVI

O boletim de diagnóstico traz as condições das comunidades aquáticas, se a água está própria para atividades desportivas e informações sobre o nível de oxigênio, organismos fitoplanctônicos e presença de esgoto.

O novo secretário municipal de Conservação e Meio Ambiente, Rubens Teixeira, afirmou que tomou conhecimento nesta semana do fim do contrato com a empresa Tecma Tecnologia em Meio Ambiente, que realizava o serviço,  e já determinou medidas emergenciais imediatas.

+ Marcelo Crivella sugere que muitas mudanças estão a caminho no Rio

Continua após a publicidade

“O contrato venceu na administração anterior, mas já tomamos ciência desta situação. Posso garantir que o monitoramento está sendo feito com coleta manual e análise dos laboratórios da Fundação Instituto das Águas do Município do Rio de Janeiro (Rio-Aguas) e apoio da Cedae”, disse.

Teixeira disse que está atento ao nível de oxigênio. “O monitoramento diário já permite a medida de evolução porque ele mostra uma tendência. Como o volume de água na Lagoa é grande, a menos que haja uma contaminação abrupta, o índice de oxigênio não se reduz de uma hora para outra. Qualquer sinal de redução que mostre risco mais grave, vamos tomar medidas”, afirmou.

Entretanto, o biólogo Mário Moscatelli, que estuda a Lagoa Rodrigo de Freitas desde 1989, discorda que a análise diária seja suficiente. Ele afirma que “a presença de oxigênio na coluna d´água varia extremamente do dia para a noite e mesmo durante o dia existe flutuação”. A orientação dele é que se restabeleça o monitoramento contínuo. “É a mesma coisa de monitorar o coração de um paciente somente em uma parte do dia, ele pode morrer durante a noite”, alerta.

“Se fizer o monitoramento durante o dia e não fizer durante a noite, quando o momento é mais grave, já que o nível de disponibilidade de oxigênio é menor, você pode amanhecer com grande mortandade e não ter monitorado isso. Por isso a importância da sonda”, recomenda.

Sonda

Continua após a publicidade

O Plano Municipal de Contingência da Lagoa Rodrigo de Freitas determina que uma sonda multiparamétrica, instalada em ponto central, envie a cada meia hora os parâmetros de oxigênio dissolvido, temperatura, pH, salinidade, condutividade, turbidez e clorofila. A análise deve ser divulgada diariamente no site da prefeitura.

O decreto prevê também avaliação dos resultados obtidos em amostras coletadas duas vezes por semana em seis estações de amostragem,com dados também de transparência, nitrogênio amoniacal, nitrato, fósforo total, fosfato total, sílica, coliformes totais, Escherichia coli e comunidade fitoplanctônica.

O serviço de monitoramento e análise era realizado pela Tecma Tecnologia desde 2011. A sonda, que pertence à empresa, foi retirada da lagoa em dezembro, com o fim do contrato.

O secretário Rubens Teixeira espera em breve firmar um novo contrato para realizar o monitoramento contínuo, no modelo que já era feito na lagoa, mas não garante que a licitação iniciada na gestão anterior será continuada. O Diário Oficial do Município do dia 22 de setembro de 2016 trouxe publicada aprovação do termo de referência para licitação, estimada em R$ 4,7 milhões, para contrato de 24 meses. No entanto, o novo secretário disse que a ordem agora é reduzir custos.

“Estamos tomando medidas para que o serviço seja contratado o mais breve possível. Avaliamos como reduzir os preços, no que seja possível, sem reduzir a eficiência e qualidade do serviço”, afirmou.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.