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Dez perguntas para…

...José Carlos Araújo, locutor que virou sinônimo de futebol no Rio

Por Renan França
Atualizado em 5 dez 2016, 15h35 - Publicado em 23 Maio 2012, 19h39

1 – Procede o comentário de que o senhor está trocando a Rádio Globo pela Bradesco Esportes FM porque vai ganhar o dobro?

Não mesmo. Depois de quarenta anos na emissora, e aos 72 de idade, saio com festa e pela porta da frente. No meu novo trabalho terei uma escola de rádio para formar jovens talentos. Parte da equipe antiga vai comigo, e minha estreia será no jogo entre Fluminense e Boca Juniors, nesta quarta, 23. Farei também comentários em um telejornal diário.

2 – A narração mais opinativa faz o seu estilo?

Gosto de locutor com opinião. O Galvão Bueno me disse que o público quer saber o que ele pensa. O profissional que fica o tempo todo em cima do muro não passa credibilidade. Todo mundo sabe que ele é torcedor do Flamengo e eu, do Fluminense, mas na cabine somos neutros.

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3 – Tem ideia de quantos jogos já narrou?

Sei na ponta da língua porque anoto tudo no caderninho. A próxima partida será a 3?369ª. Como a média é de dois gols por jogo, dá para botar na conta mais de 6?000 vezes em que gritei “atirou, entrou”.

4 – Como surgiram bordões como esse?

Aprendi com o saudoso Chico Anysio que o povo é a principal fonte de criação. O “atirou, entrou” vem do basquete. Quando via jogos na TV, um amigo sempre gritava “vai mais, garotinho” nos ataques do seu time. Levei aquilo para o rádio. O “vaaleeeu” que digo após o gol vem de um agradecimento feito por um casal que me pediu um trocado certa vez.

5 – Qual foi o gol em que mais se esgoelou?

O segundo do Ronaldo Fenômeno contra a Alemanha na final do Mundial de 2002. Foi um dos gritos mais longos da minha carreira. Só não me faltou ar na ocasião porque desenvolvi uma técnica.

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6 – Acredita que vai narrar a final da Copa de 2014 com o Brasil em campo?

Não tenho dúvida. Apesar do atraso, estou convicto de que o Mano Menezes conseguirá montar um time competitivo para a Olimpíada e o Mundial. Não faltam bons jogadores. Seremos campeões.

7 – Qual foi sua maior saia justa durante uma transmissão?

Foi em 1995, num jogo do Flamengo contra o América no estádio do Bangu. Tive uma interminável crise de soluço. Minha sorte foi que o médico Jorge da Matta ligou, recomendando que eu chupasse gelo. Arrumaram uma pedra cinzenta, toda suja de jornal, mas não pensei duas vezes. Parou como se fosse um milagre.

8 – Quem é o melhor jogador brasileiro da história?

Difícil, mas acho que o Mané Garrincha foi o maior de todos os tempos. Ele era o mais complicado de marcar.

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9 – O futebol mais veloz de hoje em dia dificultou a vida do locutor esportivo?

Sim, muito. Uma narração da década de 50 tinha mais detalhes, o que só era possível devido ao fato de o jogo ser mais cadenciado. Hoje, há lances que mal dá para acompanhar. Sem falar da televisão e suas câmeras. É preciso estar atento ao que acontece no campo e na tela.

10 – O que admira como ouvinte?

Adoro música brega: Fernando e Sorocaba, Tonico e Tinoco, Zezé di Camargo e Luciano. Gosto de Roberto Carlos e Julio Iglesias. Sou fã também do pessoal do programa Pop Bola, da MPB FM, que faz um tipo de comunicação mais informal. O que me faz mudar de estação é discurso chapa-branca. Não suporto declarações banais de políticos.

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