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Sopros do passado

Paulo Moura, instrumentista que fez shows históricos no Parque da Catacumba, ganha museu virtual

Por Lula Branco Martins
Atualizado em 2 jun 2017, 13h12 - Publicado em 26 fev 2014, 21h05

A década de 80, no Rio, foi um período de ouro para a música instrumental brasileira. Casas noturnas como People, Jazzmania, Rio Jazz Club e Mistura Fina viviam naquele momento o seu auge. Ao mesmo tempo, shows ao ar livre, gratuitos, movimentavam o Parque da Catacumba, ao lado da Lagoa Rodrigo de Freitas. Era um projeto realizado geralmente aos domingos, e a maioria das pessoas se sentava, sem muita cerimônia, na grama, deslumbrando-se com o cenário lá do alto ? boa parte da Zona Sul ? e com o que chegava aos seus ouvidos: a fina flor da música sem letra produzida em solo nacional. Na foto acima, de 1984, está Paulo Moura (1932-2010), saxofonista e clarinetista, numa de suas apresentações no parque. Paulista de São José do Rio Preto, ele adotou o Rio desde cedo e foi aqui que construiu sua carreira, tendo tocado com a cantora Maysa e gravado vários discos em homenagem a Tom Jobim. Nesta semana foi inaugurado o Instituto Paulo Moura, espécie de “edifício digital” sobre a obra do instrumentista, que é autor de peças como Arredores da Lapa (para percussão) e Fantasia Urbana (para sax). Tra­ta-se de um espaço virtual, com fotos, partituras, cartazes, correspondências e entrevistas, conduzido pela voz do próprio artista ? em gravações e depoimentos recolhidos por sua viúva, a psicanalista Halina Grynberg. Além disso, daqui a dois meses, no Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico, será a vez de Ensaiando Paulo Moura, série de espetáculos em homenagem ao mestre, com direito a uma bigband, comandada pelo pianista Gilson Peranzzetta, e nomes consagrados da chamada MIB, a exemplo de Leo Gandelman, Carlos Malta e Henrique Cazes.

Tocando no parque

Outros músicos que se apresentaramà beira da Lagoa

O nome do lugar ­? Parque da Catacumba ? pode dar arrepios, mas é assim porque ali, séculos atrás, índios enterravam seus mortos. Muito tempo depois se formaria naquela encosta uma favela, removida em 1970, não sem polêmica. Na década seguinte, o local foi sede de shows que ajudaram a formar uma geração de grandes músicos, como os saxofonistas Leo Gandelman e Mauro Senise e o guitarrista Ricardo Silveira , com destaque também para o argentino naturalizado brasileiro Victor Biglione, um ás tanto na guitarra como no violão.

Fotos divulgação
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