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O espião dos ares

O Bope vai receber veículos aéreos não tripulados para vigiar a cidade lá de cima

Por Felipe Carneiro
Atualizado em 5 jun 2017, 14h27 - Publicado em 1 ago 2012, 18h32

Nenhum soldado do Batalhão de Operações Policiais Especiais levou tanto tempo para conseguir entrar na corporação – conhecida não só pela dureza com os bandidos, mas também pelos rigorosos testes aplicados aos seus homens. Após treze anos de ajustes, fracassos e quedas, ele ficou pronto para se unir ao famoso grupamento, que tem uma caveira por símbolo. Está-se falando do veículo aéreo não tripulado (vant) desenvolvido no Instituto Militar de Engenharia. Três desses aviões devem passar, até novembro, às mãos da tropa de elite. O objetivo: espionar o Rio lá de cima, com câmeras modernas, dando close em criminosos.

No IME, os protótipos ganharam um apelido – são os morcegos. Pintados de preto e já com o decalque do Bope nas asas, atingem a velocidade de 120 quilômetros por hora. Entre hélice e cauda, medem 1,20 metro. A meio quilômetro acima do nível do mar, tornam-se quase invisíveis. Decolam por impulso manual, e é com as mãos que são recebidos de volta, operações realizáveis em espaços exíguos. Poderão ser controlados da sede do batalhão, em Laranjeiras, ou mesmo de variados pontos da cidade. O controle remoto é facilmente operado por um oficial, que agirá como se fosse o piloto, recebendo imagens frontais do voo no visor de um capacete. Num monitor, outras tomadas revelarão em detalhes ocorrências nas ruas, praias, morros, em qualquer área conflagrada.

O projeto é de 1999, ano em que a equipe do tenente (agora major) Jacy Montenegro começou a colocar filmadoras em aeromodelos convencionais, daqueles usados para o lazer. Na época, o raio de controle do avião era de no máximo 1 quilômetro – ou seja, se estivesse sobrevoando o Leblon e algo de grave acontecesse em Ipanema, ele não faria o serviço a contento. Hoje o alcance pulou para 30 quilômetros. A tecnologia atual também favorece a manipulação do objeto, pois a máquina repassa ao controlador dados precisos sobre, por exemplo, altitude e pressão atmosférica. “O piloto se sente dentro de um F-16”, empolga-se Montenegro. Pronto. Agora é que o Bope fica com a autoestima nas nuvens.

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