OLHOS COLORIDOS
A artista plástica Ana Durães, em Novos Pretos Novos, mergulha na obra do alemão Rugendas, que retratou como poucos o ambiente escravocrata do Rio do século XIX. É uma releitura dos portraits em preto e branco do pintor, agora colorizados com técnicas como oxidação, grafite e estêncil. Os quadros estão na Galeria Sérgio Gonçalves, na Rua do Rosário, no Centro. Pelas paredes notam-se expressões desesperançadas. Mas, além dos rostos, Ana preparou telas com flores, aves e até helicópteros, compondo, segundo a artista, um cenário com elementos que “evocam alegria” ? sentimento que busca, de certa forma, “devolver aos personagens”.
Pedra fresquinha
Com a chegada do verão, escaladores do Grajaú já abriram a costumeira temporada de subidas noturnas, tentando fugir do calor. Prato cheio para o fotógrafo Guilherme Taboada, especialista em trabalhar na escuridão quase total. Sem utilizar programas como o Photoshop em nenhuma imagem, ele se vale de um flash comum com exposições longas, no projeto intitulado Night Color Climb. “Dá um resultado psicodélico”, diz. Em breve, as fotos dos desbravadores grajauenses estarão todas no Facebook de Taboada.
PREFÁCIO DE MESTRE
O livro As Titias da Folia: o Brilho Maduro das Escolas de Samba de Alta Idade (Editora NovaTerra), a ser lançado no mês que vem, conta a história de Vila Isabel, Unidos da Tijuca, Viradouro e Estácio. A ideia é mostrar que, todas elas muito antigas, só foram protagonizar o Carnaval depois de quarentonas. Na ilustração de capa (de Leonardo Bora), musas simbolizam as agremiações (abaixo). Os autores são Fábio Fabato, Luiz Antônio Simas, Júlio Cesar Farias, Marcelo Camões e Vinicius Natal. Já o prefácio é do carnavalesco Fernando Pamplona: é o último texto dele, que faleceu em setembro passado.
Nas ondas da inclusão
No ano passado rolou pela primeira vez um campeonato organizado pelo Favela Surf Clube, ONG do Cantagalo que também conta com escolinhas de futebol e percussão. A competição reúne atletas que não costumam participar de torneios oficiais, por falta de dinheiro. Pois neste sábado (21) e no domingo (22), no Arpoador, haverá uma nova edição, agora com 120 surfistas ? contra os oitenta de 2012.
A METADE QUE ESTÁ FALTANDO
Simpática (e relevante) a nova campanha do movimento Rio Eu Amo Eu Cuido, incentivando a prática da carona. As peças têm como mote o fato de que a média de passageiros por veículo na cidade é de apenas 1,5 ? e podia ser de duas pessoas, bastando organizar um esquema com colegas e amigos, o que faria enorme diferença na poluição vigente e no trânsito nosso de cada rush. O objetivo, com manequins cortados ao meio, é mostrar ao carioca como é simples incorporar a “metade de gente” que está faltando em cada carro.