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Helio Rodrigues ministra oficinas de arte para jovens carentes

Durante as aulas, a turma vivencia a arte em seus vários formatos, como a fotografia, o teatro e a pintura

Por Heloíza Gomes
Atualizado em 5 dez 2016, 11h05 - Publicado em 10 set 2016, 01h00

Há doze anos, Helio Rodrigues pegou uma carona para ir do Flamengo à Gávea. No meio do caminho, o artista plástico assistiu à dona do carro fechar a janela do veículo, com medo de um menino que se aproximava, aproveitando um sinal fechado. O acontecimento prosaico (infelizmente) o afligiu tanto que, logo em seguida, Rodrigues pediu para descer do veículo — bem antes de chegar ao seu destino final. “Fui andando e pensando: ‘Como fica a cabeça de uma criança dessas?’. Fiquei mal e concluí que eu tinha de agir. Criei uma proposta de oficina, mas não sabia bem como começar”, relembra. Foi quando uma amiga lhe sugeriu que apresentasse o projeto, batizado de Eu Sou, a uma ONG, com o objetivo de angariar fundos. Deu certo, mas ainda faltava o local onde dar as aulas, problema resolvido com uma feliz coincidência. “A produção do Programa da Xuxa quis fazer uma matéria com as crianças do Complexo da Maré no meu ateliê. Nesse dia, conheci uma assistente social, com quem falei do projeto. E imediatamente ela me ofereceu uma sala em um centro espírita em Sulacap”, relata. 

” Recebi uma aluna que sonhava em ser mulher de traficante. Um tempo depois, ela mudou de ideia: queria virar professora de arte “

Dois anos depois, Rodrigues conseguiu o apoio de uma fábrica de medicamentos, que lhe cedeu um sobrado, anexo à empresa, no Jacarezinho. “Hoje já são cerca 200 jovens que participam do projeto”, diz o artista plástico, que conta com a ajuda de mais dez educadores na empreitada. Durante as aulas, a turma vivencia a arte em seus vários formatos, como a fotografia, o teatro e a pintura. “Nosso objetivo é que as crianças desenvolvam a sensibilidade e o raciocínio através da arte e, assim, possam fazer escolhas mais acertadas. Afinal, muitos desses meninos só têm duas opções na vida: a igreja ou o tráfico”, avalia. No sobrado onde acontecem as aulas, as propostas são livres. Um papel de sorvete, por exemplo, pode ganhar novas configurações. “Não queremos formar artistas. Desejamos mesmo é reforçar a identidade desses jovens. Recebemos uma menina de 13 anos que, quando chegou, disse que sonhava em ser mulher de traficante. Um tempo depois, falou que havia mudado de ideia e que seria professora de arte. É por isso que vale a pena”, conclui Rodrigues.

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