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Eles não baixam a guarda

Nova conduta, investimentos em tecnologia e ênfase na formação profissional ajudam os patrulheiros municipais a pôr ordem nas ruas

Por Ernesto Neves
Atualizado em 5 jun 2017, 14h12 - Publicado em 23 jan 2013, 16h48
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Todos os dias, um contingente de 2?000 guardas municipais sai às ruas para atuar nas Unidades de Ordem Pública (UOPs). Munidos de smartphone e circulando em veículos equipados com computador de bordo, eles têm a missão de combater o caos urbano e preservar o patrimônio público. Sob o monitoramento de funcionários alocados em modernas centrais de dados, os agentes recebem o informe das ocorrências na tela do celular e têm meia hora para dar uma resposta ao problema, que pode envolver a presença de ambulantes nas calçadas ou o estacionamento irregular de carros nas vias, entre outras manifestações de incivilidade que o carioca flagra facilmente no dia a dia. Como ocorre com a Polícia Militar, que passa por um processo de aprimoramento, com altos investimentos em tecnologia e na formação profissional, a corporação também é alvo de um conjunto de iniciativas que estão mudando seu desempenho. “Com a melhora na área da segurança pública, podemos nos concentrar em combater a bagunça geral que tanto irrita a população”, afirma Alex Costa, à frente da Secretaria Municipal de Ordem Pública, à qual a Guarda Municipal está vinculada.

Tornou-se comum ver grupos de agentes em ronda pelas praias ou artérias mais movimentadas. A função desempenhada por eles ganha contorno estratégico neste momento de transformação que o Rio vive, tomado por grandes obras de infraestrutura. Iniciativas como a construção da Linha 4 do metrô e a reforma da Zona Portuária acentuam a sensação de confusão numa cidade já permissiva com diversos tipos de irregularidade. Em meio ao desrespeito às leis e ao manual da boa convivência, o Rio se vê diante do desafio de reverter esse cenário, premissa fundamental para uma cidade que quer sediar com sucesso os eventos internacionais previstos para os próximos quatro anos. Com vista a disciplinar o tecido urbano, a nova cartilha da Guarda Municipal instrui seus integrantes a primeiro prevenir e depois, se for necessário, reprimir os infratores. Implantada em maio do ano passado, a UOP do Catete, Glória e Flamengo destacou parte de seu efetivo para fazer plantão na porta dos colégios, alertando os motoristas a não parar em fila dupla. “Em três meses, o trabalho de conscientização começou a dar resultado”, relata a guarda Ana Paula Vacani. “Houve uma queda significativa das ocorrências na região.” No Leblon, a pronta atuação da UOP evitou que o trânsito virasse um pandemônio após a interdição da Avenida Ataulfo de Paiva para as obras do metrô. O bairro conta com fiscalização permanente para reduzir os transtornos. “A presença ininterrupta dos servidores deu jeito em problemas antigos, como as filas duplas nas principais ruas do bairro e a ação indiscriminada de ambulantes”, afirma Evelyn Rosenzweig, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Leblon.

Criada há vinte anos, a Guarda Municipal surgiu como uma força de segurança da prefeitura. Seu efetivo era todo terceirizado até 2009, quando ela virou uma autarquia e teve seus funcionários incorporados ao quadro de servidores públicos. O ano é um marco também do início da metamorfose por que passa a corporação. De lá para cá, seu efetivo aumentou 70%. Hoje, são 8?000 pessoas, a maior força do gênero no país. Até 2016, ela deve atingir a marca de 10?000 integrantes. Outra mudança importante se deu no processo seletivo e na formação profissional, com a inclusão de novas disciplinas. Depois de passar pelo concurso, que inclui provas de informática e ética na administração pública, além de testes físicos, o candidato aprovado frequenta aulas que abordam conceitos de jurisprudência e direitos humanos, entre outras atividades.

O aperfeiçoamento da tropa envolve também o uso de aparato tecnológico em sua rotina. Cada agente carrega um telefone dotado de geolocalizador, que permite ao comando de operações saber o lugar exato onde ele está. Nessa teia de informações, as reclamações da população são feitas para a central de atendimento 1746 e encaminhadas à sala de comando da UOP responsável pela região. Lá, o chamado é recebido por um funcionário, que tem até três minutos para acionar o agente na rua. Caso estoure o tempo, um alarme soará na tela de seu computador. “Antes do sistema computadorizado, o tempo médio de atendimento chegava a cinco horas”, conta o secretário Alex Costa. Há ainda a determinação para que os guardas municipais registrem imagens em seu telefone de todo tipo de problema que encontrarem nas ruas. Uma calçada quebrada, por exemplo, pode ser fotografada e ter a imagem enviada ao centro de controle da UOP. De lá, ela é retransmitida à Secretaria de Conservação, órgão responsável pelo reparo. São atalhos para a eficiência do serviço público, numa cidade ainda carente das boas normas da coletividade.

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