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Atletas que foram do pódio aos bastidores

Quem são os ex-esportistas que ocupam cargos-chave na organização da Rio 2016

Por Caio Barretto Briso
Atualizado em 5 jun 2017, 14h02 - Publicado em 15 Maio 2013, 13h35
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Conviver com a dor e o esforço supremo faz parte da vida de um atleta de ponta. O desgaste é tamanho que dificilmente eles conseguem atravessar a barreira dos 30 anos mantendo alto desempenho. Na inevitável hora da aposentadoria, restam dois caminhos a seguir. Um deles é deixar o esporte para trás e buscar uma profissão em outra área. O outro, mais comum, é manter-se atrelado à modalidade de alguma maneira, seja como treinador, comentarista ou dirigente. Nessa última opção encaixa-se um restrito grupo que saiu das quadras, pistas e piscinas para assumir uma posição destacada nos bastidores de grandes competições. É o caso de alguns ex-atletas brasileiros que ocupam postos estratégicos na organização dos Jogos do Rio. Corredor com participação em três Olimpíadas nos anos 80, Agberto Guimarães é o diretor executivo de Esportes no Comitê Rio 2016. Com o mesmo perfil, integram o núcleo de preparação para os Jogos o ex-nadador Ricardo Prado e Bruno Souza, considerado o melhor jogador brasileiro de handebol. “Temos a visão do atleta. Sabemos exatamente o que é uma boa organização e do que os competidores precisam”, afirma Agberto.

Contar com a experiência de alguém que conhece por dentro o mecanismo de uma Olimpíada é um passo importante para que não se repitam erros do passado. Agberto, por exemplo, é peça-chave para o êxito dos Jogos cariocas. Cabe a ele a complexa tarefa de planejar e organizar todas as competições esportivas da Rio 2016, da logística de treinamento à entrega das medalhas. À frente de uma equipe de cinquenta pessoas, ele tem o suporte de diversos setores: médico, segurança, tecnologia, alimentação e transporte, entre outros, em uma atividade semelhante à que exerceu no Pan de 2007, no Rio. Viaja para o exterior ao menos uma vez por mês para cumprir uma agenda de reuniões com presidentes das federações internacionais. “Fui um dos poucos que seguiram esse caminho de caso pensado”, diz ele, que após abandonar as pistas se tornou administrador das instalações esportivas do Ibirapuera, em São Paulo, onde se iniciou no ramo da gestão esportiva, há vinte anos.

Tanto ele como Bruno Souza e Ricardo Prado batem ponto diariamente na sede do Comitê Organizador, em um prédio na Cidade Nova. Para poder dedicar-se integralmente à função, Ricardo Prado teve de se mudar de São Paulo para o Rio. Aqui, preside o Conselho de Esportes do Rio 2016, um grupo de notáveis no qual se incluem Carlos Alberto Parreira, Bernardinho, Gustavo Kuerten e Joaquim Cruz. A missão dessa cúpula é abrangente: zelar pelo bem-estar dos atletas. No momento, Prado está empenhado em resolver um problema que só quem já disputou uma Olimpíada sabe de sua existência: ao ficar aguardando horas e horas o momento do desfile, os atletas não conseguem ver a cerimônia de abertura. “Estamos nos esforçando para mudar isso aqui no Rio”, conta ele, que é graduado em educação física e fez mestrado em economia na Southern Methodist University, de Dallas (EUA).

É recente o maior exemplo de um atleta aposentado que foi alçado com sucesso ao posto de alto dirigente esportivo. O bicampeão olímpico inglês Sebastian Coe liderou todo o processo de organização dos Jogos de Londres, em 2012. A Olimpíada britânica serviu de estágio para o niteroiense Bruno Souza. Depois de defender a seleção de handebol nos Jogos de Atenas (2004) e Pequim (2008), ele foi convidado pelo Comitê Olímpico Internacional para acompanhar a disputa. Pôde ver de perto as engrenagens da vila dos atletas, de onde voltou disposto a colaborar nos bastidores da Rio 2016. Após passar por um processo seletivo, tornou-se um dos responsáveis por cuidar da Vila Olímpica carioca, que nem sequer começou a ser construída. “Eu me sinto um espião dos atletas infiltrado no lado corporativo do esporte”, diz o ex-jogador, que morou na Europa durante doze anos e fala fluentemente inglês, francês, alemão e espanhol. Mais do que nunca, é hora de suar a camisa.

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