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Dez perguntas para Eva Wilma

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 5 dez 2016, 13h54 - Publicado em 15 jan 2014, 15h46

1- Em Azul Resplendor, comédia que estreou na última quinta (9) no Sesc Ginástico, a senhora vive uma atriz veterana. O que a personagem tem a ver com sua intérprete?

Temos uma experiência de vida semelhante. Mas ela tem razões muito graves, que são reveladas apenas no fim da narrativa, para nutrir uma amargura. Já eu só tenho amor ao meu ofício e venho conseguindo viver dele.

2- A senhora compartilha com a protagonista o status de grande dama das artes cênicas. Como se vê nesse papel?

Não me vejo como essa grande dama. Tenho a característica de me julgar sempre uma iniciante. Estou o tempo todo em processo de aprendizado. Cada noite no teatro me vem um novo frio na barriga.

3- O que a motivou a atuar em uma montagem cujo tema é o próprio teatro?

O autor (o peruano Eduardo Adrianzén) expõe o mundo das artes cênicas com um humor crítico. Ele nos faz gargalhar das nossas próprias desgraças, e o público vem junto. Tudo feito com poesia e delicadeza.

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4- Seu aniversário de 80 anos, em dezembro, lhe trouxe que tipo de reflexão? Essa idade marcante dá uma consciência maior, uma maturidade de convivência com o mundo. Aprendi a lidar com limitações e perdas, o que, nessa fase da vida, é inevitável.

5- Teve receio de que a cirurgia na articulação do quadril, realizada no ano passado, pudesse comprometer seu futuro profissional? Não tive exatamente receio, mas, sim, um certo desânimo. Fui firme, mas no pós-operatório encarei vinte dias muito difíceis. Eu queria andar logo, voltar a trabalhar.

6- Com tanta dedicação, a senhora se considera uma profissional caxias? Caxias, não, porque se trata de uma palavra negativa. Mas a minha formação é de bailarina clássica. Então, tenho o hábito de trabalhar oito horas por dia, intensamente, com uma pausinha apenas para me alimentar e tomar um café, claro.

7- A senhora já fez peças de William Shakespeare, Samuel Beckett, Tennessee Williams e Arthur Miller, entre outros autores extraordinários. O circuito está carente de clássicos?

Sim, especialmente no Rio, onde as peças são mais voltadas para a simples diversão. Em São Paulo, não na mesma proporção do passado, ainda são montados mais textos clássicos do que aqui. Para um ator iniciante, essa carência torna-se perigosa para sua formação.

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8- É verdade que fez teste para o elenco de Topázio, filme de Alfred Hitchcock lançado em 1969?

Sim. Ganhei uma bolsa para ir aos Estados Unidos me aprofundar em teatro, TV e cinema. Lá, fui convidada para tentar o papel de uma cubana, que acabou sendo interpretada por uma atriz alemã. Hitchcock era muito vaidoso e meio sádico, um tipo fascinante.

9- Com seus ex-maridos, os atores John Herbert e Carlos Zara, formou casais que estão entre os mais emblemáticos da história da TV e do teatro. Como vê o casamento hoje?

É uma instituição fora de moda, infelizmente. Agora a onda é ficar. Acho triste, porque uma relação profunda é um aprendizado importante, uma responsabilidade. No meu caso, as parcerias foram boas tanto na vida pessoal quanto na profissional.

10- A senhora tem sólida formação musical e chegou a dar aulas de violão. Gostaria de ter feito mais musicais?

Sim. Nos anos 60, fiz minha única obra desse gênero, Oh, que Delícia de Guerra!, um texto inglês que satirizava a realidade da guerra. Até hoje me lembro das letras.

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