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Docentes da Uerj mantêm estado de greve

Eles rejeitam possibilidade de corte salarial

Por Agência Brasil
Atualizado em 28 mar 2017, 13h22 - Publicado em 28 mar 2017, 12h46

Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiram na segunda (27), em assembleia, manter o estado de greve. A informação de que o governador Luiz Fernando Pezão cortaria 30% dos salários da categoria pautou o encontro, que reuniu cerca de 250 docentes no campus Maracanã, zona norte da capital fluminense. Eles reclamaram dos salários atrasados, incluindo o décimo terceiro, e das estruturas precárias de trabalho.

Presidente da Associação dos Docentes da Uerj, a professora Lia Rocha ressaltou que o estado de greve não significa que os docentes, que também são pesquisadores, não estejam trabalhando. “Cheguei atrasada à assembleia porque estava na banca de fim de curso de uma aluna da graduação, que precisa se formar para assumir um cargo público”, afirmou Lia.

Para a professora, a declaração do governador é uma declaração de guerra, não resolve o problema. “O problema da Uerj é de orçamento: dos 12 elevadores no campus, apenas um está funcionando. É uma situação que ultrapassa o limite de precariedade com que já trabalhávamos.”

O reinício das aulas da Uerj foi adiado cinco vezes e o segundo semestre de 2016 ainda não tem data para começar. Segundo a reitoria da instituição, os adiamentos ocorrem por falta de condições para manter a segurança e a limpeza dos campi, devido ao atraso nos salários de funcionários e no pagamento dos fornecedores e ao não pagamento das bolsas estudantis.

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O estudante do programa de pós-graduação em educação Felipe Duque, de 30 anos, é um dos poucos que continuam a ter aula. Alguns dos mais de 50 cursos de pós-graduação continuam funcionando, mas, segundo Duque, está cada vez mais difícil frequentar o curso. “Não há elementos básicos para a continuidade e regularidade das aulas. Faltam papel higiênico, água, alimentação, não tem xerox aberta. A secretaria está fechada, pois os técnicos estão em greve. São vários empecilhos”, afirmou o estudante, que é a favor da paralisação.

De acordo com Duque, é preciso fazer um diagnóstico, integrar a corrente de reivindicações dentro da universidade para “não deixar a Uerj, que ainda é uma das melhores a América Latina, se apagar”.

Nova assembleia foi marcada para quinta-feira (30), depois da reunião do Fórum dos Diretores da Uerj, no dia anterior (29), na qual será avaliada a possibilidade de volta às aulas. Na reunião passada (23), o fórum reafirmou a necessidade de regularização dos serviços de limpeza, de coleta de lixo e elevadores para o início das aulas, bem como o pagamento das bolsas de estudos de fevereiro aos alunos cotistas e a reabertura do restaurante universitário, entre outras medidas.

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“Vamos decidir se entraremos em greve ou não, se as aulas forem retomadas pela direção da Uerj”, informou Lia. Ela disse que, enquanto isso, a categoria continua no “enfrentamento” com o governo. “Pretendemos ir à casa do governador. A ideia é convidá-lo para vir aqui ver as condições da universidade e que apresente uma proposta para a Uerj, pois ele não apresentou nenhuma solução até agora.”

Procuradora, a assessoria de Pezão não retornou até a publicação desta reportagem.

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