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O Poetinha merecia mais

Em meio à crise no mercado de eventos e à falta de patrocínio, as grandes homenagens previstas para o centenário de Vinicius de Moraes são canceladas em cima da hora

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 2 jun 2017, 13h20 - Publicado em 23 out 2013, 19h29
Fotos reprodução
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No ano de 1962, o Rio de Janeiro ganhou aquele que pode ser considerado o hino oficial da cidade. Encantado com uma moça que passava com seu doce balanço a caminho do mar, Vinicius de Moraes escreveu a letra de Garota de Ipanema para a melodia composta por Tom Jobim. No embalo do sucesso da bossa nova, a música ganhou o mundo, foi cantada por intérpretes que vão de Frank Sinatra a Amy Winehouse e se tornou a segunda canção mais executada da história, atrás apenas de Yesterday, dos Beatles. Era de esperar que um ícone dessa magnitude, que completaria 100 anos neste sábado, 19 de outubro, tivesse uma festa de aniversário a sua altura. No entanto, boa parte das iniciativas anunciadas no começo do ano não vai sair do papel a tempo. Às vésperas das comemorações, Maria de Moraes, a filha caçula do poeta, compositor e diplomata, recebeu a notícia. “A três meses do centenário, ficamos sabendo que a empresa responsável por coordenar a homenagem não iria dar continuidade à programação prevista”, conta Maria, uma das sócias da VM Cultural, que cuida da obra do Poetinha, como era chamado. “Não me conformo que essa data passe sem um grande show aberto ao público.”

A empresa em questão é a GEO, braço de eventos das Organizações Globo, que chegou a dar início às festividades oficiais com o enredo da União da Ilha em homenagem a Vinicius no último Carnaval. Estavam previstas ainda duas apresentações em outubro, com a participação de nomes consagrados da MPB, além da exposição multimídia que iria percorrer Rio, São Paulo e Salvador, um festival de cinema e novas montagens dos espetáculos Arca de Noé e Orfeu da Conceição. Mas o ano que deveria ser de celebrações ao autor do Soneto de Separação, rememorando sua trajetória na música, na literatura, no teatro, no cinema e na política, acabou abalado por uma crise no mercado de entretenimento. Dedicada à promoção e à realização de grandes eventos, a GEO sofreu uma reestruturação total no meio do ano, que incluiu a demissão de funcionários e a redefinição de prioridades. Procurados por VEJA RIO, os diretores do grupo não quiseram se pronunciar sobre o cancelamento da programação relacionada ao centenário de Vinicius.

Sem uma assessoria especializada, a família resolveu tocar por conta própria as comemorações. Ela chegou a procurar novas produtoras e possíveis patrocinadores, mas as negociações não avançaram a tempo. Um desses projetos homenagearia a trajetória do poeta com Toquinho, numa apresentação em que os dois contracenariam no palco por meio de holograma, técnica já usada com outros ídolos falecidos, como Michael Jackson e Renato Russo. Não deu. De forma concreta mesmo, só o site, cuja nova versão será lançada na data do seu aniversário, ao lado de iniciativas independentes, que partiram de editoras e gravadoras (veja o quadro na pág. seguinte). Diz o parceiro Toquinho: “Infelizmente as ações não se concluíram, mas ele vem sendo cantado e renovado em vários segmentos nestes 33 anos depois de sua morte. Em discos, no teatro, em shows, nas trilhas de novelas e até na publicidade. Sua obra é tão extensa que sempre haverá espaço e tempo para festejar Vinicius”.

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