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Para evitar o desperdício

Somos a cidade com o maior consumo per capita do recurso no país. Veja as atividades domésticas que gastam em excesso, quanto isso custa e quem conseguiu estancar a perda

Por Rachel Sterman
Atualizado em 5 jun 2017, 14h35 - Publicado em 11 abr 2012, 16h30
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Não é um número para encher de orgulho, mas, sim, para levar à reflexão. Cada carioca consome 215 litros de água por dia, o que configura o maior gasto médio por habitante entre as metrópoles do país. Só no banho de cinco minutos escorre para o ralo quase um terço dessa quantidade, isto é, 60 litros. Embora o recurso pareça abundante numa cidade farta em rios, cercada pelo mar e recortada por uma imensa baía, o alarme soou. Se até daqui a três anos os sistemas de abastecimento não forem ampliados, o Rio de Janeiro poderá enfrentar uma grave crise no setor. Segundo levantamento da Agência Nacional de Águas (ANA), até 2025 serão necessários 827 milhões de reais em investimentos para a readequação dos principais sistemas da região metropolitana. Situação comum no subsolo carioca, vazamentos na rede de encanamento e ligações clandestinas são a outra face do desperdício que prejudica todos. Nesse item, inclusive, o Rio é novamente destaque negativo: encabeça um ranking nacional com 54% da água desperdiçada, ante o índice de 40% no restante do país.

Felizmente, algumas ações individuais contribuem para reduzir as perdas e amenizar a sangria de dinheiro. Em março de 2009, quando o financista Saul Cusnir virou síndico do condomínio onde mora, em Botafogo, o consumo médio das duas torres, com 88 apartamentos no total, era de 92?600 litros por dia, o que resultava em uma despesa de mais de 20?000 reais mensais. Inconformados com o alto custo, os moradores elegeram um vilão: o vaso sanitário, que frequentemente tinha de ser acionado duas vezes, consumindo uma maior quantidade do líquido. Até que, em uma viagem a Israel, Cusnir conheceu o sistema chamado “dual flush”, no qual a caixa acoplada vem com duas válvulas de intensidades diferentes, uma com a metade da capacidade da outra de despejar água. Quando voltou ao Brasil, acionou subsíndicos e conselheiros, e decidiu implantar o processo nas áreas comuns do condomínio, em caráter de teste. À época, um vaso dotado com o mecanismo era vendido por 350 reais. Uma campanha de divulgação foi feita entre os moradores e em pouco tempo o sistema estava instalado em 90% dos apartamentos. “A adesão foi rápida. Quando afeta diretamente o bolso, as pessoas se mobilizam com mais facilidade”, constata o síndico. Outras pequenas atitudes foram tomadas. Todas as torneiras ganharam também uma válvula para reduzir a vazão, sem comprometer a pressão. A rega do jardim, por sua vez, passou a ser feita apenas uma vez por dia e foi transferida para o período noturno, quando os níveis de evaporação são mais baixos. Para finalizar, cisternas foram instaladas no terraço dos prédios com o objetivo de armazenar água da chuva, que era usada para abastecer as máquinas de lavar roupa. Depois de dois anos e meio de iniciativas sustentáveis, o síndico Saul Cusnir se orgulha do resultado obtido: a conta da Cedae despencou de 20?000 para 13?000 reais. Um investimento líquido e certo.

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