No último domingo, o Brasil acordou em estado de choque. Durante a apresentação de uma banda na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, fogos de artifício lançados no palco incendiaram o teto da casa, revestido de material inflamável. Em pânico, a multidão não conseguiu encontrar a porta de saída, e 235 jovens acabaram mortos depois de inalar fumaça tóxica. A negligência das normas mais básicas de segurança do local põe em evidência a omissão de órgãos municipais e estaduais na fiscalização do que deveria ser primordial ao funcionamento de estabelecimentos comerciais. Pior é constatar que a mesma tragédia poderia se repetir aqui. Segundo uma pesquisa realizada pelo Proteste, todos os 31 estabelecimentos visitados pela entidade em 2012 apresentavam alguma irregularidade grave, como a falta de extintores de incêndio e saídas de emergência. Alguns endereços flagrados são nomes importantes da noite carioca. É o caso da 021, na Barra, e do sofisticado Bar do Copa, no hotel Copacabana Palace. Nem mesmo as boates Nuth, Zozô e Praia, que vivem lotadas, escaparam. No quadro abaixo, um panorama (preocupante) do problema no Rio.