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Carioca Nota 10: Fábio Américo

O técnico de futebol Fábio Américo criou uma escolinha para revelar talentos do esporte na Vila Kennedy

Por Bruna Talarico
Atualizado em 5 dez 2016, 13h47 - Publicado em 14 mar 2014, 15h29

Quando o juiz apitou o fim da partida e fez dos jovens da Vila Kennedy os campeões da Taça das Favelas de futebol, há pouco mais de um mês, o modesto Estádio Conselheiro Galvão, em Madureira, quase veio abaixo. Torcedores que lotavam as arquibancadas vibravam com a vitória, uma empolgante virada por 3 a 2 contra os adversários do time da Cidade de Deus. Muito da conquista se deveu a um personagem que assistiu à farra a uma certa distância, acomodado em uma cadeira de rodas motorizada. Era Fábio Américo, o técnico da equipe vencedora. Tetraplégico, ele é o responsável por treinar os adolescentes em uma espécie de extensão do trabalho que realiza com mais de 100 alunos entre 9 e 19 anos na escolinha que leva seu nome na favela localizada em Bangu. “Com o projeto, muitos garotos acabam enxergando na gente uma esperança de um futuro melhor”, conta Fábio, de 42 anos.

“Muitos jovens enxergam o projeto como a esperança de um futuro melhor”

Nascido no bairro que recebeu na semana passada a 38ª Unidade de Polícia Pacificadora, Fábio se inspirou em um projeto que ele próprio frequentou quando criança e que lhe abriu as portas para a divisão de base do Atlético Paranaense, aos 14 anos. Permaneceu no clube curitibano até os 20, ocasião em que foi emprestado para a Associação Atlética Iguaçu e participou da heroica campanha que levou o time à primeira divisão do futebol do Paraná. De volta ao Rio no início da década de 90, no elenco do Barra Mansa, sofreu o acidente de carro que o tiraria de vez dos gramados. Por não usar cinto de segurança, acabou fraturando a coluna na região cervical e perdeu os movimentos abaixo do pescoço. Graças à solidariedade de amigos, parentes e vizinhos, pôde se dedicar à fisioterapia e recuperou os movimentos básicos dos braços. É o suficiente para que segure sua prancheta e seu apito, enquanto um microfone e uma caixa de som possibilitam que sua voz comande os rapazes em campo. Entre os frutos colhidos nos quinze anos de projeto está o reconhecimento do talento de um de seus pupilos, o jogador Marlon Brando, hoje no Bangu Atlético Clube. Os treinos, gratuitos, acontecem duas vezes por semana. “Acabei descobrindo no trabalho que faço por esses meninos uma forma de também me manter vivo”, diz.

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