Callanda Caetana e Deborah Colker
A jovem que ensaia sozinha até depois da hora é a aposta da experiente coreógrafa, expoente do movimento contemporâneo carioca
O contraste é apenas na cor da pele. Pois o restante são sonhos parecidos, e a mesma dedicação à arte da dança. A muitos pode parecer que Deborah Colker, 49 anos, já tenha conquistado todas as glórias nos palcos. Mas ela quer mais. Quer, por exemplo, se apresentar um dia na Ópera de Paris. Com 1,60 metro e 51 quilos, que reúnem inquietude, agilidade e força, a magrelinha fundou a própria companhia em 1993, trazendo novas propostas e jogando luzes no cenário da dança do Rio: aos movimentos típicos do balé contemporâneo juntava algo de esporte, um quê de educação física, toques de escalada. Ficaram na memória do público espetáculos como Rota, de 1997, e Quatro por Quatro, de 2002. A coreografia de que mais se orgulha, porém, é Ovo, criada recentemente para o Cirque du Soleil. Por seu grupo já passaram cerca de 100 bailarinos, e a próxima a integrar a linha de frente pode ser Callanda Caetana, 24 anos, hoje ainda estagiária, que costuma ficar depois da hora aprimorando a técnica na sala que a coreógrafa mantém na Glória. Determinada, mantém seus 54 quilos comendo muitos legumes e verduras, e não costuma badalar na noite carioca ? pista não é com ela. ?Mas estou sempre indo ao teatro?, conta.