Para Beth Goulart
De volta com o bem-sucedido monólogo em que representa Clarice Lispector, a atriz reestreia na sexta (17), no Fashion Mall
De onde veio o seu interesse por Clarice Lispector? Sempre tive paixão pela obra, desde que li Perto do Coração Selvagem. Daí surgiu a vontade de montar algo sobre ela, mas eu não sabia exatamente o quê. Em 2007, descobri um livro que reunia a correspondência entre ela e o escritor Fernando Sabino. Pensei em montar uma peça com os dois, mas não tive a autorização da família dele. O processo rumou, então, para o espetáculo Simplesmente Eu, Clarice Lispector, em que ela seria a única figura em cena.
Um detalhe que chama a atenção de quem vê a peça é a sua assombrosa semelhança com a escritora. Como é recriar alguém que realmente existiu? Minha maior preocupação foi não ser caricata. É claro que estudei minuciosamente a maneira da Clarice falar, os gestos e olhares. Mas não queria ficar só na forma. Tentei entrar na alma dela e colocar um pouco da minha.
Clarice Lispector é, talvez, a campeã de citações nas redes sociais. Como você acha que ela lidaria com isso? Ela sempre quis ser lida pelo maior número possível de pessoas, então acho que a primeira reação seria boa. Mas reagiria de outra maneira em seguida, quando se desse conta das citações que são erradamente atribuídas a ela.