O mundo em dois armazéns
Lojas de dezoito países formarão a babel da ArtRio, que terá monitores para tradução
Trinta galerias, saídas de dezoito países de quatro continentes, vão participar da ArtRio. Trata-se de um número que deixa no chinelo qualquer outro evento do tipo já realizado no Brasil. A delegação com mais representantes é a portuguesa: Lisboa marcará presença com sete escritórios de arte. Galeristas sul-americanos, dinamarqueses, australianos e também de respeitadas lojas de Nova York e Paris vão fazer das ruas (três cruzando cada galpão) e avenidas (duas seguindo o comprimento dos armazéns) do complexo uma babel de línguas, sotaques e culturas.
Cada empresa terá seu jeito de atuar. Sabidamente mais despojados, os marchands chilenos e colombianos, por exemplo, devem fechar negócios com maior facilidade, pouco ligando se o cliente brasileiro tentar se comunicar em portunhol ? haverá, de todo modo, estudantes da UFRJ que dominam duas ou até três línguas especialmente convocados para ajudar na comunicação. Galeristas europeus, por sua vez, costumam ser mais austeros, mais comedidos em seus atos, e talvez por isso tenha sido montado o chamado ?lounge do colecionador?, área reservada, distante do burburinho dos salões principais, onde negócios de grande monta poderão ser fechados com calma, preços serão negociados, condições de pagamento, estendidas.
Mas não dá para escapar de uma velha regra: quanto maior a expressão do artista, certamente mais alto será o valor de qualquer de suas peças na hora da venda. Entre as obras de destaque dentro da seleção internacional do evento, sobressaem trabalhos do colombiano Fernando Botero, do espanhol Pablo Picasso, do lituano Lasar Segall, do ítalo-brasileiro Alfredo Volpi, dos americanos John Baldessari e Alexandre Arrechea, do francês Pierre Verger, da israelense Irit Batsry e do inglês Tony Cragg.